Por aí… na “Sereníssima”
A primeira chegada é sempre a que tem mais impacto , foi assim em 1967 quando aqui estive pela primeira vez, numa viagem surpresa que os meus pais me ofereceram quando me inscreveram numa viagem “a Roma para ver o Papa”!! A viagem foi promovida pela Paróquia e eu lá fui com os que fervorosamente tinham essa como principalmente intenção…
Muitos anos mais tarde voltei com os meus filhos e essa também teves obre mim o seu impacto pois chegamos à Praça de São Marcos de vaporeto vindos da Ponta Sabione… Muitos mais anos depois senti-me de novo fascinada pelo deslumbrante Carnaval em Veneza com todo aquele requinte que lhe é dado pelos mascarados vestindos de veludos, e também pelas misteriosas máscaras!
Mais visitas se sucederam mas foi desta vez que Veneza foi uma desilusão... Podem dizer-me que isso é consequência de tantas vezes lá ter ido mas eu não acho e explico.
Desta vez fomos a meio da tarde, os turistas eram ainda muitos, embora não se visse a multidão acostumada.
Sem pressas, já que queríamos ver o anoitecer aqui, decidimos rumar até ao Rialto e daí a São Marcos… foi então que dei por mim a pensar que realmente o fluxo de visitantes, desta cidade única, devia ser limitado a um certo número por ano, tal como o número de lojas! É ver o excesso destas a abarrotar de recuerdos, com bancadas até no meio da rua, ou mesmo vendas na calçada onde qualquer turista vaidosa pode comprar uma mala “Prada”, “Louis Vuitton”, ou qualquer marca chique… tudo contrafeito claro!
Para além dos vidros de Murano, acho que a maior parte do que ali se vende deve ser made in China. Enfim, há ruas que são verdadeiras feiras, de tal forma que isso nos distrai de apreciar as fachadas das casas dos tempos áureos e tira encanto à cidade.
Entretanto a noite caiu, as luzes, mesmo ao longo do Grande Canal eram poucas, então embrenhamo-nos nas vielas mal iluminadas, transpusemos pequenas pontes, de novo uma rua mais estreita e um pequeníssimo largo com uma esplanada, mais uma ponte e… eis que nos sentimos perdidos!
O ambiente das ruas estreitas e tortuosas era medieval, comecei, embora sem razão, a sentir-me pouco segura, mais umas vielas e por fim a seta (salvadora) a indicar: Piazza de Roma, a la Ferrovia.
Mais tranquila voltei a apreciar o estreito canal mal iluminado onde uma gôndola apinhada de turistas passeando ao som de um acordeão, som apenas perturbado pelo bater do remo do gondoleiro na água, agora escura, do Canal…
O rés do chão e o primeiro andar tal como descrevi
Agora as mais bonitas...