Do Areeiro... em jeito de balanço

 

 

 

Definitivamente não é a forma de viajar que nós gostamos. É tudo a correr, mesmo se nos dão uma hora livre não a consigo aproveitar tal é a preocupação de não chegar atrasada ao autocarro! Depois é um entra e sai ou então intermináveis horas de percurso. Mesmo nem dá para tirar fotografias de jeito uma vez que é sempre a andar para não perder de vista o “pastor”!

 

Mas não houve nada de bom? Houve e muitíssimo! Para uma ex- professora de Geografia há coisas que nos dizem mais do que para o normal dos turistas. Atravessar o mundo rural, ver as aldeias, as pessoas que as habitam, os campos cultivados, umas vezes já patente alguma modernidade, outras vezes de pura subsistência, os pomares de romãzeiras agora a perderem a folha, aqui e ali rebanhos de ovelhas, mais além outra aldeia de casas muito precárias… Podemos dizer que o aspeto era o mesmo do mundo rural português de há 40, 50 anos.

 

Depois, as cidades que só vimos à passagem, pareceram-me buliçosas, muita gente na rua e tudo o que se vendia estendido para o passeio, numa confusão de cores.

 

Depois Istambul, onde quero voltar para vermos à nossa maneira, cheia de gente, muita gente. Cidade já com alguns arranha-céus que sobressaem do casario relativamente baixo e onde as mesquitas com os seus minaretes lhe dão um ar encantado…

 

As poucas pessoas com que contactamos foram sempre simpáticas e como disse algumas saiam-se bastante bem no seu português. O turismo de portugueses para a Turquia deve ser significativo, não só por, como disse, encontrarmos bastantes turcos a compreender-nos como também pelo número de publicações turísticas na nossa língua em todos os sítios a que fomos.

 

O motorista, bastante novo ainda, embora não falando português foi sempre simpático, muito seguro e sempre pontual. O Bechir, nosso guia foi excelente, muito sabedor relativamente á história da Turquia, mas também capaz de nos dar uma perspetiva da Turquia de hoje, desde o salário mínimo, às rendas das habitações, ao sistema de ensino às diferenças entre o ocidente turco e o seu oriente paredes meias com o Irão e a Síria. Jamais foi vaidoso relativamente ao país não escondendo nunca os problemas que ainda existem.

 

Um dos problemas que se põe é com a água, referindo que os turcos estão um pouco dependentes da água engarrafada, porém duvido que isso se possa tomar à letra! Porém, pelo sim e pelo não, lavamos sempre os dentes com água engarrafada e nunca comemos saladas, pese a variedade e o ar excelente que tinham!

 

Acrescento ainda que não vi pedintes na rua (será que o Corão o não permite?), nem crianças miseráveis. Também, e dado que a Turquia é um estado laico, rara é a rapariga nova que usa os cabelos cobertos, ao contrário da mini-saia que se vê frequentemente, a cabeça coberta só já em pessoas com idade e quase sempre só lenço, raramente o negro dos pés à cabeça!

 

Para terminar, pois este post já vai muito longo, a Turquia “já está” na Zona Euro pois aqui tudo se vende e claro, tudo se compra em €€€!

 

publicado por naterradosplatanos às 14:03 | link do post | comentar | ver comentários (2)