Sábado, 30.11.13

E por aí...

Deveria ter uns 13 anos quando aqui vim pela primeira vez. Naquela altura estes passeios organizados pelo Liceu eram designados de Excursões, porém há muito que o termo foi banido e agora designam-se de Visitas de Estudo. Porém bem me parece que não são muito diferentes. Eu explico: ainda eu estava a ensinar e muitas vezes me mostrei contra que as ditas viagens de estudo incluíssem inevitavelmente uma passagem num Centro Comercial, algures no percurso! Era mesmo muito crítica e sempre disse que com a minha participação nunca isso aconteceria!
Mas como os anos e as situações em que nos encontramos nos fazem esquecer o passado!
Desde esse longínquo ano nunca mais tinha vindo a Madrid embora mais de uma dezena de vezes a contornássemos nas nossas passagens para a Europa...
Há uns tempos atrás decidimos que era tempo de virmos os dois passar aqui uns dias já que fica apenas a 430km do Areeiro.
Hoje que aqui chegamos dei por mim a pensar nas memórias que restavam dessa excursão feita tão longinquamente...
De que me lembro eu? Vejamos, lembro-me do Parque do Retiro, Puertas del Sol... e do El Corte Inglés e somente! Quem nos acompanhou levou-nos lá ou porque também queriam fazer umas compras ou porque quiseram mostrar a umas meninas, vindo do interior transmontano, o que era um grande armazém!

Realmente a diferença não é muita e acho que se na altura me tivesse lembrado dessa minha primeira Excursão não teria sido tão crítica, mea culpa!
publicado por naterradosplatanos às 19:29 | link do post | comentar | ver comentários (5)
Segunda-feira, 25.11.13

AS BONECAS

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Hoje andei em arrumações de coisas em que nunca mexo e foi assim que encontrei AS BONECAS.
Escrevo com letra maiúscula porque esse era o nome delas pois nunca me lembra de lhe darmos nome de batismo e sempre nos referirmos a elas dessa forma.
AS BONECAS vieram também lá dos lados do Índico exatamente pela mão de quem nos deu tantas alegrias quando éramos pequenas. Hoje ao despi-las para lhes lavar a indumentária verifiquei que eram "made in England"!

Lembro-me do fascínio com que as recebemos, mas elas eram tão bonitas que mais serviram para " biblot" no nosso quarto do que para vestir e despir como acontecia com as outras. Talvez por isso chegassem até hoje em tão bom estado.
A de cabelos loiros era da minha irmã, a morena era a minha. Os vestidos que agora usam e que eu branquei já foram feitos há muito quando elas passaram a fazer parte das bonecas da minha filha...


publicado por naterradosplatanos às 17:09 | link do post | comentar | ver comentários (4)
Quinta-feira, 21.11.13

A síndroma da Menina dos Fósforos

Era miúda mas já sabia ler o suficiente e compreender o que lia. Como sempre durante a nossa infância quem providenciava as nossas leituras era a minha tia e madrinha. Assim por ela chegou às nossas mãos o livro de capa cartonada "Os contos de Anderson" da Coleção Azul. Entre outros contos havia um intitulado " A Menina dos Fósforos", um conto triste, tão triste que me lembro de quanto eu chorei ao "visualizar" as cenas nele descritas. Provavelmente a maior parte tê-lo-á lido quando criança mas para quem já não se lembrar aqui fica o resumo: "Era véspera de Ano Novo, já noite uma menina mal vestida percorria as ruas da cidade, a neve caía... Na mão trazia umas caixas de fósforos que teria de vender antes de chegar a casa. Mas quem a essa hora lhas compraria? O escuro e o frio fizeram-na abrigar-se num canto da rua... Um após outro foi acendendo os fósforos que fugazmente lhe aqueciam as mãos, a certa altura a cada fósforo que acendia sucediam-se cenas de Natal no conforto das lareiras, das mesas recheadas de iguarias, de árvores de Natal abrigando presentes...e crianças rindo e brincando por todo o lado! Risca o último fósforo que lhe resta e é então que uma face lhe sorri. Sente que a toma nos braços... reconhece a sua avó que a aperta contra si e então tudo se esfuma... No dia seguinte os primeiros transeuntes encontram aninhada num canto da rua nevada uma menina já sem vida!" Que tem isto a ver com o título do meu post? Obviamente que não foi este conto, longinquamente lido, que tem a ver com o facto de sempre me sentir desconfortável em tempo de Natal. Quando me perguntam porque me sinto deprimida nestes tempos que se convencionou serem de pura alegria eu respondo: porque nesta época os felizes são mais felizes enquanto que os infelizes são igualmente mais infelizes... Os que estão no limbo entre estas duas situações, esses serão felizes apenas momentaneamente!

publicado por naterradosplatanos às 18:02 | link do post | comentar | ver comentários (5)
Sábado, 16.11.13

No Areeiro... à espera!

Hoje o dia esteve de sol e como tal perdi-me um pouco pelo jardim a apreciar a minha "fall"! A romãzeira vestiu-se de amarelo, o diospireiro de cor de laranja, contrastando com o limoeiro ao lado, esse que continua verde todo o ano. Entre os troncos do jacarandá continua a casinha que o Nuno fez com empenho e esperança, no verão passado. Até aqui nada, as dezenas de pardais e outros passaritos que andam por aqui e habitam em condomínio a palmeira e outros o condomínio esférico que é a cameleira, até à data nenhum a preferiu! Acreditem que até eu gostava que algum casal a fosse habitar... veremos se no rigor do inverno algum a acha mais confortável e decida mudar-se para lá.

publicado por naterradosplatanos às 17:59 | link do post | comentar | ver comentários (6)
Terça-feira, 12.11.13

À falta de melhor...

No Areeiro os assuntos interessantes escasseiam e portanto à falta de melhor fica aqui a fotografia dos meus dióspiros

publicado por naterradosplatanos às 16:02 | link do post | comentar | ver comentários (6)
Sexta-feira, 08.11.13

Para lá da janela da minha sala...


Hoje o Areeiro acordou envolto numa neblina cerrada daquela que até abafa os ruídos! Porém aos poucos transformou-se em chuva intensa.
O dia provavelmente será todo assim, a não ser que a frente quente esteja no fim da sua passagem. Para amanhã prometem-nos sol o que será bem-vindo para todos os que por ele suspiram, já que para mim (nós) podemos fazer de qualquer dia fim de semana!
publicado por naterradosplatanos às 09:11 | link do post | comentar | ver comentários (4)
Segunda-feira, 04.11.13

A pequenina Eva

Por que os pais voaram para sítios distintos e distantes a avó estará de babysitter três dias! Uma das suas tarefas será ir buscar o H. e o R. ao colégio. Há muito tempo que não o fazia e hoje, quando ia cumprir essa agradável tarefa aconteceu que, no meio da algazarra de miúdos que corriam de um lado para o outro, uma pequenina, talvez com uns quatro anitos, se dirige a mim: "quando vem a minha mamã?". Era pequenina e os olhos escuros interrogavam-me. Baixei-me à sua altura e tentei sossegá-la: "a tua mamã está quase, quase a chegar!". Baixinho, muito baixinho ela repete: "a minha mamã está quase a chegar!" Segui em frente tentando divisar, naquela multidão de bibes às riscas azuis, os meus dois netos... Pegar nas mochilas, vestir os coletes e arrancá-los à brincadeira ainda demorou... Já no pátio de saída, olhei em roda talvez para me certificar que a pequenina já tinha saído com a sua mamã, mas não! Ela viu-me também e com os dois dedinhos, traduzindo o tempo em espaço, disse-me: " só falta "isto" para a minha mamã chegar"! Os olhinhos estavam prestes a chorar... passei-lhe a mão pelo cabelo e assegurei-lhe que só faltava mais um bocadinho! No seu bibe às riscas azuis estava escrito EVA.

publicado por naterradosplatanos às 21:10 | link do post | comentar | ver comentários (5)
Sexta-feira, 01.11.13

Caixa de costura


Tinha eu uns doze anos quando a minha avó recebeu esta caixa de costura enviada pela minha tia então professora, na então Lourenço Marques.
Para nós meninas de província e que ainda não tínhamos andado pelo mundo, numa cidade onde a televisão ainda não chegava e onde demorariam, aí umas cinco décadas, a chegar as lojas dos chineses, a caixinha fez os nossos encantos!

Enquanto foi novidade não perdíamos a oportunidade de espreitar para dentro e corrermos os dedos nas incrustações de jade e madrepérola... Depois, claro, perdemos o interesse e durante anos lá esteve no móvel da salinha da minha avó...

Os anos passaram e sem se dar por isso a caixinha de costura passou então a ser o encanto da sua bisneta que com a mesma curiosidade a espreitava, passando agora ela os dedinhos pelas mesmas figuras que, muitos anos a trás tinham feito os encantos da sua mãe...

A caixinha de costura era tão cobiçada por ela que um dia a minha avó resolveu dar-lha. Assim a trouxemos para o Areeiro e onde até hoje tem estado. Digo até hoje porque a minha filha resolveu dela tomar posse. Fiquei contente por isso já que a ela pertencia.
Recebe-a com coisas ainda guardadas pela mão da minha avó: botões, (imensos) guardados porque podiam fazer falta, amostras de rendas, a caixinha de comprimidos Saridon que contêm ainda as agulhas por ela envolvidas em pó de talco... em baixo havia bocadinhos de tecidos, rolinhos de linha, pequenos novelos de lã...


Evitei esforçadamente pensar nela... pensar na minha avó, embora passados 22 anos ainda me faz morrer de saudades!
publicado por naterradosplatanos às 18:36 | link do post | comentar | ver comentários (11)

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