Sexta-feira, 28.02.14

Tamiami Trail ...

Viajar nos EUA é muito agradável. Pode ser um pouco "stressante" quando se sai ou entra nas grandes cidades, mas depois quando se percorrem estes espaços imensos é muito agradável e tranquilo já que o civismo nas estradas é mesmo uma realidade.

Hoje atravessamos o Sul da Flórida pela estrada nº 41 que corresponde ao Tamiami Trail que noutros tempos ligava as duas costas da península da Flórida atravessando as áreas pantanosas de Everglades.

Embora seja a 2ª vez que estamos por estes lados nunca sentimos vontade de ir ao interior um daqueles barcos de fundo chato com aquelas enormes ventoínhas nas traseiras, para vermos crocodilos e sermos assolados por milhões de mosquitos! Não, nunca nos sentimos atraídos!
Além disso para ver os répteis também não é preciso gastar uma data de dólares pois basta parar o carro na berma da estrada e olhar o canal que corre rente a esta. Camuflados e preguiçosos lá estão eles, enormes, logo ali à beira convivendo com imensa passarada que deve fazer parte da cadeia alimentar do imenso pântano...

Aqui ficam algumas fotografias:




publicado por naterradosplatanos às 23:33 | link do post | comentar | ver comentários (3)

El Clarim...

Depois de 9 horas de voo cá aterramos em Miami, com um dia tropical (quente e húmido) como começa a ser natural. Como o destino dos próximos dias é Naples ficamos num hotel logo do outro lado da pista,não obstante as voltas que a carrinha do hotel tem que dar para cá chegar. Mais uma vez se constata que aqui na América o perto nunca é logo ali! Bom,como já disse de outras vezes os meus post de "... por aí" não são roteiros turísticos nem reportagens fotográficas, pois para isso há o GOOGLE que mostra tudo e tira todas as dúvidas. Eu prefiro escrever sobre aquilo que me parece"sui generis" dos sítios por onde passo. Feito o "check in" no hotel saímos para comprarmos uma garrafa de água, num "food Market" logo aqui ao lado. À saída da loja deparei-me com um molho de jornais daqueles que só trazem anúncios e são gratuitos de seu nome "El Clarim" e resolvi trazer um.Todo ele é em espanhol pois por estes lados esta é que parece ser a língua oficial! Vejamos então o jornal que parece estar alocado a escritórios de advogados super especializados: uns tratam de só de bancarrotas, outros de acidentes com veículos, outros só de divórcios e ainda os que prometem recuperar salários não pagos e muito mais. Depois há os que fazem promoções oferecendo a primeira consulta gratuita, depois os que tal como as funerárias estão disponíveis 24h por dia, os que prometem receber só quando o cliente for reembolsado etc.etc. Suponho que aqui a concorrência deve ser grande e/ou a profissão muito proveitosa já que por norma aqui se pede indemnização por tudo! Aqui ficam três fotografias do "El Clarim" para ilustrar o que disse.

publicado por naterradosplatanos às 12:32 | link do post | comentar | ver comentários (3)
Quinta-feira, 27.02.14

No aeroporto...

São quase 8h da manhã, dentro de uma hora teremos que estar na "Gate 45", que isto de viajar para os States implica segunda revisão e pormenorizada.

Entretanto faço horas observando quem se senta na mesa ao lado... Mesmo aqui à esquerda está um casal com um miúda de uns 11 anos, falam inglês portanto podem ser de muitas partes do mundo mas o que me leva a escrever sobre eles é a data de "piercings" que ele traz cravados, dois deles são tão grandes e imagino que pesados, que os dois lobos da orelha estão quase do tamanho da mesma!! Imagino que hão-de ter feito soar o alarme quando passou pelo detetor de metais! A mulher traz também alguns na versão feminina, a garota por enquanto só traz brincos e anéis...
Entretanto estão a preparar-se para se levantar e ele tira do bolso um série de correntes e pulseiras que vai colocando...

Para mim as horas de espera nunca são monótonas pois distraio-me imenso a apreciar e a conjeturar sobre toda esta gente que está de partida para o mundo.
publicado por naterradosplatanos às 08:43 | link do post | comentar | ver comentários (5)
Segunda-feira, 24.02.14

Quanto vale um !

Na carteira da mãe há sempre um caderninho e uma esferográfica pare situações de recurso, eu explico: o dito caderninho serve para entreter a Dianinha quando há que esperar, seja no médico, seja no restaurante ou mesmo quando o pai e a mãe querem ler o jornal numa esplanada...
Desta vez o dito caderninho entreteve-a enquanto esperávamos que nos servissem o almoço: corações, estrelas, flores feitos no tal caderninho de linhas resultaram num presente para avó!

E o que tem de especial o presente da minha neta?

Simplesmente aquele ponto de ! com que ela termina a ternura que sente pela sua avó. " A avó é querida!" Nem mais!


A Diana está no 1º ano e apesar das bolinhas laranja que quase todos os dias vêm para casa por não conseguir estar sentada, aprende tudo muito, muito facilmente!
publicado por naterradosplatanos às 19:30 | link do post | comentar | ver comentários (5)
Sábado, 22.02.14

O Canal Panda é uma seca!

Ontem fui ver os meus pequeninos. Cheguei pouco depois de regressarem do colégio e ainda com o bibe às riscas vestido, já a televisão lhes captava toda a atenção.
Ela (a televisão) é a minha grande concorrente e portanto só me resta ir comentando a bonecada e o que por lá se vai passando.

A certa altura ouço o H. excitado dizer para o irmão: "olha as criaturas marinhas!" "O que são criaturas?"pergunto eu. Pára um momento, não sei se para não perder o que se passava na história ou se para pensar...
"Criaturas é tudo o que é vivo, avó!" e continua a ver os bonecos no Carton Network, bonecos para mim horríveis porque angulosos e estridentes! Sugiro-lhe que mude para o Canal Panda e logo me replica, " ó avó, o Canal Panda é uma seca! "
Bem se esforçam os pais para que estas palavras não façam parte do vocabulário, mas ás vezes é um esforço inglório.
publicado por naterradosplatanos às 20:33 | link do post | comentar | ver comentários (5)
Quarta-feira, 19.02.14

Encontrá-las anos depois...

Se naquele tempo alguma vez pensaria que iria sentir tanto prazer em encontrar, ir tomar café e mesmo combinar um almoço com antigas alunas minhas!?

Só há algum tempo é que as encontrei realmente, mais de 15 anos passados! Hoje vivem aqui na cidade, é verdade que de vez em quando nos víamos de passagem e eu ouvia um "olá professora"... Porém um dia combinamos uma conversa com mais tempo e agora de tempos a tempos juntamo-nos.

Por mera coincidência têm o mesmo nome e ambas foram excelentes alunas, atentas e cumpridoras e daí me ficou uma certa ligação emocional que fez reatar o nosso contacto tantos anos depois!

A Sandra R é notária e a Sandra L advogada. Hoje estive com as duas embora separadamente e com ambas tive uma longa conversa, sobre a profissão, sobre a escola agora e a escola do seu tempo...Uma delas lembrou-se de como eu era exigente no que respeitava ao comentário dos textos, acrescentando (e com grande vaidade minha) como isso lhe tinha sido útil na sua vida universitária.
Por outro lado revimos os colegas, mas nem de todos tive notícias já que saídos daqui a vida os separou...

Ficou combinado um almoço a três logo que eu regresse do próximo "...e por aí" que começará dia 27.

Interrogo-me porque duas jovens bem sucedidas têm gosto de ir almoçar com a sua velha professora de Geografia. Mas que é gratificante, lá isso é!
publicado por naterradosplatanos às 16:24 | link do post | comentar | ver comentários (10)
Sexta-feira, 14.02.14

Ainda as crianças...

Está a decorrer na Biblioteca Municipal uma exposição documental sobre a obra de Manuel da Fonseca de quem eu sou grande admiradora. Assim sendo fui com tempo apreciar o que está exposto e entre o que estava nos placares dei-me com esta deliciosa crónica:
(Como não a encontrei na internet de modo a fazer "copy/past" fui tirar-lhe a fotografia que vêem e pacientemente transcrevê-la para aqui)

O MUNDO DAS CRIANÇAS

Crónica de Manuel da Fonseca

" Todos andamos por aqui esquecidos que já fomos desse mundo. A vida arrastou-nos para longe; andamos desatentos e fugidios. Andamos inquietos na luta amarga e incerta do dia a dia. Mas não sei que poderosa tarefa se eleva ao de cima de todos os outros problemas e chama insistentemente por nós. Nada mais conta. Bem ouvimos os risos e as danças; ouvimos o brincar voluntarioso e ágil da infância. Mas é um ouvir distante que não encontra eco nos nossos corações. Até mesmo quando cansados da luta nos debruçamos sobre aquele mundo que já foi nosso o fazemos com um olhar turvo e um entendimento adormecido.

Mas quem nos ensinou alguma vez a amar e a entender as crianças?

Nenhum de nós desconhece como as coisas se passaram. Vai-se àquele exame - menino entre doutores - e, depois, tudo e todos se conjugam para matar em nós o que ainda nos resta da infância."

Publicada na revista "Eva", Dezembro de 1947 (p. 33 e34)

Desculpem a má qualidade mas por mais que me esforçasse não consegui foca-la melhor.


Manuscrito da crónica

publicado por naterradosplatanos às 16:41 | link do post | comentar | ver comentários (6)
Segunda-feira, 10.02.14

Recebi um SMS...

... que dizia assim: " o H. acaba de me por a seguinte questão: se todos temos pai quem foi o pai do primeiro homem?"

Instantaneamente recuei no tempo... Vi-o de olhos inquisitivos fazer-me a pergunta só que no caso era o meu filho A.
O problema que se lhe punha era semelhante, de onde tinha vindo o primeiro homem, era a questão que o preocupava!
Apanhada de surpresa lá lhe disse que uns macacos se tinham tornado mais inteligentes e desses descenderíamos nós. Replica ele: "e de onde vieram os primeiros macacos?"
Fiquei sem saber o que dizer e e remediei dizendo que a P. andava a estudar o assunto e que logo lhe perguntaríamos. Esqueceu a questão por uns tempos e entretanto eu fui pensando na explicação...
Alguns tempo depois voltou ao assunto, lá lhe expliquei então de forma muito simples a Teoria de Darwin, começando pelo caldo cósmico etc, etc.
No fim da minha explicação, perentoriamente diz-me: "pois, pois, todos viemos da água!"

No caso do meu neto H. foi parecido. Também surpreendida a mãe lhe falou do macaco como nosso parente ancestral, ao que de imediato objetou que os macacos vivem na floresta e nós não! Bem, H. eu continuo a manter que viemos do macaco, diz-lhe de novo a mãe. Nada contente com a explicação remata: "já sei, foi magia de Deus!


Estas crianças que nos parecem alheadas do que as rodeia, que não ouvem o que à primeira lhe dizemos, que parecem que são surdos... estão na realidade a elaborar pensamentos profundos!
publicado por naterradosplatanos às 10:41 | link do post | comentar | ver comentários (12)
Sexta-feira, 07.02.14

Como soube...

Não foi pela vizinha do lado pois o meu toque de campainha nunca teve resposta e foi o mero acaso que jogou a favor da minha investigação. Mais acima na rua há uma loja de material de rega, que pertence á mãe de ex-alunos meus, viúva e com dificuldades desde sempre. Não sei porquê mas fiquei sempre um pouco ligada àqueles que em adolescentes foram meus alunos e àquela mãe que sozinha tantas dificuldades teve para os criar. Assim, de vez em quando passo por lá apenas para dar uma palavra. Hoje, vinda do jardim vi a porta aberta e resolvi entrar não só para a cumprimentar como também pensando que ela poderia saber alguma coisa. Depois de me inteirar sobre o Carlos, a Fátima e o Fernando perguntei se sabia alguma coisa sobre a casa com o ramo de orquídeas pendurado no batente... Uma senhora dos seus 60 e tal anos que entretanto entrara e portanto ouvira a minha pergunta, diz de imediato: " não, elas não a querem vender!" Então expliquei que eu não estava interessada na casa mas apenas queria saber por quem e o porquê aquele lindo ramo tinha lá sido pendurado. Foi então que ouvi a história que aqui contei.

publicado por naterradosplatanos às 10:30 | link do post | comentar | ver comentários (8)
Quarta-feira, 05.02.14

AFETOS - uma história com um fim triste!

Viveu ali em menina, muito menina, e tal como aconteceu com muitos alentejanos rumou com os pais a Lisboa. Aí cresceu e parece que a vida lhe sorriu. Liicenciou-se em Direito, casou-se, teve três filhas (afinal as orquídeas eram três e não quatro como eu inicialmente disse), exerceu advocacia, teve netos... No Agosto passado a doença chegou e aos 76 anos a sua vida acabou. Quis regressar à terra que a viu nascer... as filhas fizeram questão de que o seu funeral passasse à porta da casa que ela nunca esqueceu e aí deixaram em nome de cada uma um ramo de três orquídeas!

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