O verão no Alentejo não é fácil, o vento suão traz-nos o calor e a secura do Sahara... é aquele vento de que José Régio fala na "toada de Portalegre". As manhãs, mesmo antes do sol raiar já estão quentes e à noite depois de se pôr, o calor ainda aperta e assim continua pela noite...
No tal passado a que se referem os nossos Diários, um momento importante era aquele que, já nos últimos dias, tínhamos direito a algumas compra... novidades mais ou menos desconhecidas então por aqui.
Os filhos tinham o dinheiro que lhe davam os avós e que era criteriosamente gasto. Da primeira vez a P. encantou-se com um "bebé chorão" em tamanho normal, o H.apaixonou-se por um jogo, tipo PlayStation de hoje, que se jogava na televisão de casa, comprado em Jersey onde também adquirimos o barco de borracha que está na fotografia publicada num dos post desta viagem.
Depois, nos anos seguintes outras coisas os entusiasmaram e quando passou a fase dos brinquedos adquiriam material escolar que era muito apelativo, tal como vemos hoje nos nossos hipermercados por altura do início do ano escolar.
Eu também fazia as minhas compras que regularmente passavam por artigos de menage, retrosaria (já que na altura era uma fervorosa mãe costureira) e ainda artigos de jardinagem.
Quando as grandes superfícies apareceram aqui e com elas todas as novidades, deixei de comprar estas coisas... Assim hoje em dia raramente adquiro alguma coisa desde que a possa comprar em Portugal.
Porém desta vez comprei uma novidade que ainda por cá não tinha visto e que conheci pelo Blog da Contempladora Ocidental, que vive no Canadá. É uma mangueira extensível que medindo só 2.5m, quando cheia de água atinge os 7.5m.
Aqui está ela:
Na impossibilidade técnica de corrigir o erro ortográfico do post abaixo faço aqui: ... se te mandasse... e NÃO manda-se ! Desculpa Lena!
Ia eu do Areeiro para a cidade quando um agente da GNR me mandou parar. Normal, embora há muito que isso não me acontecia.
Então o agente pede-me os documentos que um a um lá vão passando para a mão dele: carta de condução, livrete, cartão de cidadão, seguro, prova de inspeção periódica! Deu volta ao carro, como de costume, comparou documentos e dirigiu-se ao carro patrulha estacionado uns metros mais à frente, penso que para consultar o computador para verificar se teria eu alguma multa em atraso... ou sei lá, se era procurada pela polícia!
O agente volta com os documentos e antes de mos devolver pergunta muito sério: e álcool ? Ó senhor agente, a estas horas da manhã? Respondo-lhe eu.
Não devia estar à espera desta minha observação pois devolvendo-me os documentos e de forma seca disse-me: pode seguir!
... nesta altura éramos novos, bonitos, com as ferramentas necessárias à vida e felizes, (propositadamente não digo apaixonados pois li que paixão entre duas pessoas não dura mais de 12 a 18 meses!!) Hoje já não somos novos nem bonitos, porém não temos barriga(!) e as ferramentas de então também já não nos são necessárias... mas continuamos felizes quanto então!
Enquanto andámos por lá fui acompanhando o que ia pelo mundo e quero aqui deixar o essencial:
- o auge da crise grega e o seu momentâneo desfecho.
- o acordo do Irão com os países envolvidos no desígnio de reduzir as armas nucleares e o fim das sanções que lhe tinham sido impostas (as imagens da população dançando e cantando nas ruas mostrou quão importante isso foi).
- em casa, leia-se na França o problema era/é a enorme seca, segundo ouvi a maior nos últimos 80 anos!
-sobre Portugal não ouvi nem li notícias nem mesmo meras referências (apenas a referencia ao encenador português)
- a Bretanha era a única área realmente fresca, o resto da França ardia em canícula, como mostra este boletim meteorológico.
Estes 5 volumes que aqui estão tiveram como objetivo "cimentar" na memória dos meus filhos aquilo que iam vendo por essa Europa, na altura tão diferente do nosso Portugal.
Os relatos começaram em 1981 a caminho da Bretanha e terminaram em 1995 com uma viagem a Inglaterra.
Penso que valeu a pena contrariar as primeiras resistências à tarefa diária que acabou por, ao longo desse período de tempo, se tornar rotineira.
Depois dos filhos já não irem connosco tentei manter a tradição tentando ser eu a relatora, mas fiquei-me pelas intenções... Já não tinha graça!
Depois quando fui para o Canadá os meus filhos entusiasmaram-me a ter um blog como forma de lhes ir contando a minha segunda experiência como "emigrada", e foi assim que começou o meu novo Diário.
Agora este não é material e usufrui da virtualidade de se encontrar na "nuvem". Foi assim que nasceu a "Terra do(s) Plátano(s). Depois do regresso iniciei o "No Areeiro e por aí..." e é agora aqui que ficam as minhas impressões de viagem.
Sei que um dia alguém pegará naquele maço de cinco cadernos já que palpáveis e se debruçará com curiosidade sobre o seu conteúdo, mas duvido bem que então alguém vá espreitar o meu lugar na "nuvem" e se interesse pelo meu diário virtual que eu digito aqui:
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Hoje fizemos 418 km entre S. Jean de Luz e Tordesilhas (sim, a do Tratado) e a única diferença é que agora o percurso se faz auto-estrada. De resto não há diferença, o "deserto" de Castilla La Mancha lá continua...
Também o parque foi o mesmo de sempre já que nunca conseguimos atravessar a Espanha de uma só vez e o El Astral, à saída de Tordesilhas, fica a meio caminho entre a fronteira da França e o Areeiro.
O parque melhorou nos equipamentos mas... não se podem fazer milagres para ter os alvéolos relvados! Como se compreende quando entramos é sempre a desilusão já que vimos daqui..
. e chegamos aqui!
... mas amanhã estaremos no Areeiro com a esperança que a minha relva não tenha sentido a minha ausência.
Durante uns 20 anos (15 c/filhos + 5 sozinhos) por essa Europa, só três vezes precisámos dos serviços de um "depanneur" e hoje foi um deles.
Vejamos como tudo se passou. Na auto-estrada entre Rennes e Nantes começou-nos a cheirar a borracha queimada, ora como o cheiro persistia entramos logo na 1ª Área de Descanso que nos apareceu... inspecionando os pneus lá estava um pequeno rasgão no do lado direito frente... minutos depois a jante tocava o chão, dali já não sairíamos sem ajuda, era um facto! Mas helas ao lado estava o telefone SOS que vêm na fotografia.
Sentimo-nos salvos! Vá de premir o botão mas nada, mais uma vez e nada de resposta!! Num papel colado por cima dizia: s'il ne marche pas, sonner 112! . Ora como estávamos intactos e pensando melhor não me pareceu oportuno ligar o 112, já que eu tinha a ideia de que era só para casos graves, nunca para uma pane de automóvel.
Porém não consegui deixar de comentar: "e dizem que só em Portugal"!
Não é nada agradável isto acontecer mas há que parar e raciocinar. Portanto ligar ao ACP que fornece ao seus associados assistência em viagem foi o passo seguinte. Fornecemos todos os dados pedidos e a nossa posição tal como nos foi solicitado. Minutos depois somos contactados por eles assegurando-nos que dentro de uma hora, hora e meia chegaria a assistência.
Como era meio dia e para matar o tempo almoçar foi a ideia, se bem que com pouco apetite, como se pode compreender! Algum tempo depois vem uma chamada feita daqui da França. Voltamos a repetir a situação e fornecemos as coordenadas GPS e de lá ouvimos: le depanneur arriverá tout de suite! Mais uns minutos e nova chamada daqui da França: "desolé", terão que telefonar ao 112 porque nas auto-estradas só eles podem intervir! Pelo telemóvel ligamos o 112, o "depanneur" chegou rápido e duas horas depois do primeiro impacto rolávamos de novo!
Afinal o 112 serve para todas as emergências!
Chegamos com duas horas de atraso a um parque maravilhoso que não poderemos usufruir como era suposto e gostaríamos porque estamos já a descer rumo ao Areeiro!
p.s. Para que conste caso alguém venha a precisar. Nas auto-estradas só acode o 112, nas estradas normais acudirá então nossa assistência em viagem.
La Venice Verte, em Colon perto de Niort
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