Quinta-feira, 31.12.15

Escrevi 156 post em 2015...

Foram muitos, em alguns escrevi banalidades, noutros descrevi lugares, noutros ainda o que senti por isto ou por aquilo, nada de especial.

 

Os comentários são poucos porque não escrevo sobre assuntos polémicos, mas sempre vão aparecendo alguns, sempre simpáticos!

Pedi a um dos meus informáticos que me instalasse um "mostrador de origens" mas não sei se será fidedigno pois quem me lerá em Montain View ou em Redmont, Washington? É curioso!

 

Num qualquer post li o seguinte "... As pessoas felizes não têm história!" Concordo. Por isso aqui ficam os meus votos para a partir de amanhã:

 

Que todos tenham um 2016 SEM HISTÓRIA!

publicado por naterradosplatanos às 08:45 | link do post | comentar | ver comentários (3)
Domingo, 27.12.15

Quando um Cartão de Natal...

Quando um lindo Cartão de Natal vindo do Yorkshire ...

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... nos dá notícias tristes

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publicado por naterradosplatanos às 17:56 | link do post | comentar | ver comentários (3)
Sexta-feira, 25.12.15

Conheci gente com Natais assim...

Recebi da minha colega Cristina este lindo conto de Natal de Aquilino Ribeiro que, apesar de um pouco longo, deixo aqui:

 

« […] Como aquela fosse uma noite muito santa e muito álgida – o Salvador ia nascer nas palhas para lembrar aos homens que vêm do nada e para lá caminham – mãe e filha se deixaram ficar ao lume, tão perto, que a chama do toro de carvalho, reatando-se de pois de sopitar, alumiava mais que a candeia. A Mãe no seu luto de viúva, chaile (sic) roto pelos ombros, mal tinha acabado de espiar a roca e cismava; a pequena, dez anos espertinhos e medrados, com um pauzito ia atiçando o fogo, entretida a ver dançar e rodopiar os mil fogaréus da combustão. De repente, quebrando o devaneio, disse para a mãe:
− Porque é que uns são tão ricos e outros tão pobres?
− Porquê?… Fazes cada pergunta! Olha lá, os dedos da mão são todos iguais?
− Ó mãe isso não quer dizer nada. Os dedos são desiguais, não há dúvida, mas entendem-se todos muito bem uns com os outros. E que tem lá que sejam desiguais se o sangue é o mesmo, pois não é?
A mãe não soube ou não quis contestar e ouviu-se lá fora o tropel da rapaziada que preparava a fogueira do Natal naquela noite tão luminosa que, não obstante a luz da candeia, uma réstia de luar atravessava o telhado de telha vã e vinha bater no frontal como uma lança.
− Sabe, mãe, a Zezinha da Casa Grande chamou-me quando meti o gado. Só queria que vomecê visse as coisas bonitas que lá tem. Uma riqueza! E espera mais, muitas mais, que lhas há-de trazer o Pai Natal. Armaram um pinheiro no meio da sala, com muita velinha, muita velinha e neve a fingir, só para pendurarem as prendas. O Pai Natal vem de Lisboa e Paris, carregado, carregadinho que não pode com mais às costas. É verdade, mãe, que quem o manda é o Menino Jesus?
− É verdade. O Menino Jesus enche-lhe os taleigos e diz-lhe: toca, vai levar…
− Mas ele só vai levar aos ricos? À nossa casa não vem?
− Não querias mais nada?! Ele só anda pelas casas fartas, asseadas… muito branquinhas, e hão-de ter chaminé. Não sei se sabes, ele vem pela chaminé.
−Também me disse a Zezinha que vinha pela chaminé. Por causa disso pôs um sapatinho na pedra do fogão para começar logo por ali. Diz ela que no sapatinho lhe há-de deixar uma prenda que não pode adivinhar o que seja, mas que é a mais bonita e a mais cara de todas. Ó mãe, se eu pusesse a tamanca bem estateladinha aqui à lareira, onde se visse, talvez ele me deixasse lá qualquer coisa…
−Não vês que a casa não tem chaminé…
− O Pai Natal podia vir pelo telhado e levantar uma telha…bater à porta…
−O Pai Natal não bate às portas. É como o vento. Bota-se a caminho e, pronto, está logo chegadoç Se quisesse, entrava pelo buraco da fechadura. Connosco pouco adiantava. A nossa porta nem chave tem. Basta o cravelho, não há cá que roubar. Mas, como te digo, o Pai Natal do que mais gosta é de descer pela chaminé. É para que saibam que vem do céu, à ordem do Menino-Deus…
− Ó mãe, mande pôr uma chaminé na nossa casa, mande! Queria tanto que o Pai Natal cá viesse…!
−Estás na lua. Uma chaminé é para quem é. Custa dinheiro. Onde o tínhamos nós? […] »

 

Aquilino Ribeiro in "Sonho de uma noite de Natal"

 

Reli-o hoje, manhã de Natal de quem há muitos, muitos  anos foi uma menina "rica" como a descrita por Aquilino Ribeiro.

 

Depois... depois cresceu e pensou... depois, passou a sofrer intensamente daquilo que os ingleses chamam de "Christmas blue" e a ser menos crente!!

publicado por naterradosplatanos às 18:49 | link do post | comentar | ver comentários (6)
Quarta-feira, 23.12.15

Um conto de Natal a que assisti...

Reproduzo-o aqui porque pela primeira vez que me lembre assisti a um verdadeiro conto de Natal que ainda hoje me emociona...

 

Noite de 25 de Dezembro de 2010 em Nova York…     Já lá vão dois anos... Estando sozinhos no Canadá decidimos ir passar o Natal a Nova York. Como escrevi na altura* aquela magia que eu supunha e que a maior parte das pessoas associa à quadra, passada nesta cidade, não a senti mas, o Espírito de Natal sim, esse encontrei-o!  

 

Eu conto. Era noite de Natal e nevava intensamente o que tornava a noite mais silênciosa apesar do permanente bulício da cidade que se diz nunca dormir… entramos num restaurante perto de Time Square, o ambiente era bom, criados e mesas impecavelmente postas, luz suave… Veio o cardápio, escolhemos mas já nem sei o quê, era um pouco estranho estarmos ali os dois sós... comemos mais ou menos em silêncio.

Preparávamos-nos para sair aguardando apenas  que nos trouxessem a conta… entretanto a porta giratória move-se e este seu mover deixou entrar o que para mim personificou o verdadeiro Espírito de Natal!  

Um sem-abrigo entra, logo seguido de um casal, aí nos seus quarenta, que fazem menção de o amparar… dirigem-se ao rececionista que lhes indica uma mesa… sentam-se os três em frente a uma toalha impecavelmente branca onde se enfileiravam copos de pé alto… o homem andrajoso está imóvel… a nossa conta chega, pagamos, a porta giratória leva-nos de novo para a rua… com muita pena minha não pude seguir a cena que se me deparou pois já não havia motivo para continuarmos a ocupar a nossa mesa!  

 

Porém o Espírito de Natal fez-se pela primeira vez, como adulta, inteligível para mim!

   Sim, isto que conto aconteceu mesmo no dia 25 de Dezembro de 2010 em Nova York.    

publicado por naterradosplatanos às 17:29 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Domingo, 20.12.15

Porquê desejar Feliz Natal?

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Porquê Feliz Natal?

O Natal é efeméro, dois ou três dias e a magia fica só com as crianças...

 

Por isso o que desejo a quem me lê é um tempo futuro com

saúde e que os vossos sonhos deixem de o ser por se

terem tornado realidade.

 

São estes os votos do

 

"Areeiro e por aí..."

publicado por naterradosplatanos às 20:37 | link do post | comentar | ver comentários (6)
Quarta-feira, 16.12.15

Cabazes de Natal (2015)

Cumprindo a tradição, os Cabazes de Natal ficaram prontos e lá dentro o costume traduzido em produtos alentejanos e depois outras surpresas que este ano vieram da horta/jardim do Areeiro e ainda os "home made"!

 

Aqui estão eles

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publicado por naterradosplatanos às 17:19 | link do post | comentar | ver comentários (3)
Sábado, 12.12.15

Parece que...

Parece que estamos no sul da Califórnia, porquê? Porque aí as buganvílias nunca perdem a flor! Estamos a meados de Dezembro e aqui no Areeiro elas estão plenamente floridas, como podem ver

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publicado por naterradosplatanos às 16:13 | link do post | comentar | ver comentários (2)
Sexta-feira, 11.12.15

Não sou poeta...

Não sou poeta (nem sequer sei rimar) como o era o autor deste texto, que a Kátia me deixou na caixa de comentários, mas certamente uma boa tourist como ele fala.

Talvez, na expressão do meu filho A. que fez história entre nós, uma "turista profissional". Foi há muitos, muitos anos em Paris, na escadaria do Sacre Coeur, que olhando para mim me disse:" mamã, pareces mesmo uma turista profissional"! ....

 

A vida é uma viagem que uns fazem em caixeiros-viajantes, outros em navios em lua de mel, e outros, como eu, em tourists. Eu atravesso a vida para olhar para ela. Tudo é paisagem para mim, como para o bom tourist — campos, cidades, casas, fábricas, luzes, bares, mulheres, dores, alegrias, dúvidas, guerras (...). Quero, para aproveitar a minha viagem, sentir o maior número de coisas no mais pequeno espaço de tempo possível. Sentir tudo de todas as maneiras, amar tudo de todas as formas, tocar e ver coisas e não lhes pegar, passar por elas e não olhar para trás — parece-me o único destino digno dum poeta.

 

Alberto Caeiro

publicado por naterradosplatanos às 08:55 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Quarta-feira, 09.12.15

Mais de 20 anos...

...talvez 30 já que veio cá para casa algum tempo depois de nos mudarmos.

Durante muitos anos lavou loiça de cinco, depois de quatro, a seguir três e agora há muito que só lava de dois, de vez em quando, sazonalmente, lava de dez, doze ou treze!

Claro está que estou a falar da minha "Miele" que eu julgava já eterna mas que hoje se recusou de forma acintosa a funcionar! A cada insistência minha, quadro elétrico abaixo!

 

Como represália amanhã vou substituí-la por uma novinha em folha, mas que certamente não durará o mesmo, já que agora vêm todas com obsolescência programada!

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publicado por naterradosplatanos às 20:37 | link do post | comentar | ver comentários (10)
Segunda-feira, 07.12.15

Para memória futura...

Nunca pensei que numa tão pequena ilha (apenas 27km comprimento por 14km de largura) houvesse tantos automóveis! Velhos, de meia-idade e novos topo de gama. Estes últimos não sei onde exercerão a sua potência pois dificilmente se poderá andar a mais de 80km/h. Talvez na estrada para o aeroporto!

 O único transporte coletivo são os autocarros e os "ferry" para Gozo. Hoje em dia são modernos autocarros, muito frequentes e para todo o lado. O bilhete é único, 1.5€ e dura duas horas o que significa que com 3€ se pode dar volta á ilha e ainda parar pelo meio.

Aqueles autocarros que tanto encantaram a Patrícia e que eram também um ícone da ilha, só já existem em postais como este.

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Tenho a certeza que ela vai ter pena, mas 20 anos passaram e o progresso tem destas coisas...

O que negativamente impressiona é o caos urbanístico de alguns lugares, como ontem disse. Outra coisa que não esperava era a dimensão das áreas urbanas que devem quase suplantar aquilo a que chamamos campo. Manchas enormes de casario que vai do litoral até ao meio da ilha, isto a norte e a leste. Também se assinala que há um único arranha-céus provavelmente necessário para encabeçar as antenas de telecomunicações  que tem no topo, o resto dos andares são escritórios.

Acho que já disse que não há praias, a única que vi seria do tamanho da do Estoril! A ilha é turística mas em duas voltas à ilha não vi "resorts" como eu os entendo, vi sim vários complexos inacabados, alguns deviam permanecer assim há longo tempo dado o seu aspeto. Quase toda a costa é em arriba ou com uma plataforma absolutamente rochosa onde nenhuma areia se depositou. Assim se compreende que os barcos de refugiados rumem a Lampedusa e não a Malta que também tão perto está do Norte de África.

Aqui a água, ou melhor, a falta dela é um dos principais problemas da ilha pois chove pouco e ás vezes quando acontece é tão torrencial que não dá hipóteses de infiltração que enriqueça os lençóis freáticos, provocando grandes deslocações de terra.

Portanto como a água é escassa, não há jardins, muito menos relvados, apenas canteiros onde flores adequadas à pouca água, se alinham. Árvores poucas e mesmo poucas palmeiras...

Não se vêm animais no campo, nem mesmo cabras que hipoteticamente dão o queijo que aqui se vende com o nome de " Maltese cheese"!

Como disse o maltês é a língua oficial a par do inglês mas constatei no autocarro que o comum das pessoas fala maltês entre si embora rapidamente passem ao inglês se necessário.

Num artigo o "Times of Malta" referia que é necessário incentivar  a publicação de livros em maltês sobre tudo para as crianças mais pequenas, livros de frases simples e desenhos apelativos para as introduzir na aprendizagem da língua escrita.  O mercado é limitado e daí a dificuldade. E quem fala maltês a não ser os quatrocentos e tal mil malteses? E  quantos desses serão crianças?

 

Foram uns dias muito interessantes. Em Malta vi consubstanciado, numa pequena ilha, tudo o que aprendi há longos anos, nas aulas do Professor Orlando, sobre o Mundo Mediterrâneo: os invernos suaves, a agricultura que ele chamava de " jardinagem" nos terrenos de "terra rossa" entre muros que resultaram do arrumar das pedras que semeavam as pequenas parcelas... 

Depois as casas sem telhados com a sua cor de areia recortando-se num céu azul mesmo num dia de inverno, que mais parecia verão!

publicado por naterradosplatanos às 12:09 | link do post | comentar | ver comentários (6)

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