Berlim será sempre...
Berlin será sempre a cidade que esteve dividida. Passadas mais de duas décadas ainda lá estão os sinais, alguns reais, o Muro, bocados autênticos a relembrar; fundações onde novos prédios se irão levantar, ocupando lugares ainda vazios, muitos deles onde o Muro passou ou era "terra de ninguém".
Nos taipais que rodeiam as obras do estado, a História de como era e como será, talvez para não deixar esquecer, o passado está sempre presente.
Vista de cima, da torre da TV, obra da DDR, de lá se vêem e talvez para sempre as duas cidades: ao longo da Karl Marx Allee os prédios altos e vestutos, mas também os edifícios de muitos andares que foram construídos para rapidamente abrigar a sua população e toda aquela que fluía a Berlin, no pós-guerra. É a célebre avenida onde desfilavam os tanques na demonstração do poderio bélico.
Da primeira vez que estive em Berlin era, apesar da amplitude, uma "avenida " sombria" no sentido do peso dado pelo "peso"dos edifícios e praticamente a ausência de atividade económica. As lojas eram antiquadas, os cafés raros, as esplanadas inexistentes. Hoje tem um ar moderno, mais humanizado talvez pela faixa central arborizada que a divide, pelos prédios rejuvenescidos, pelos espaços verdes, pelas lojas, cafés e esplanadas que a ladeiam.
Circulando em redor, no interior dessa esfera gigante, vemos nitidamente a passagem da ex-Berlin Oriental para a ex-Berlin Ocidental, mesmo sem lá estar o Muro: casas mais baixas, de arquitetura simples com a excepção de alguma reconstrução no traçado antigo, o Tiergarten a perder de vista, prédios altos... só muito modernos, ponteando aqui e ali a regularidade urbana de então e que se mantém.
Hoje, Berlin é uma só cidade feita de duas metades ainda não absolutamente iguais!