Sexta-feira, 30.09.16

Dia 10 - Newport (Rhode Island) vs Fall River

Fall River é uma cidade de gente trabalhadora de classe média, média baixa, gente que trabalha nas indústrias que a envolvem e noutras profissões indiretas. Este facto está patente no tipo de habitações, no tipo de comércio, no ambiente geral...

Pelo contrário, Newport, logo aqui ao lado (42km) é uma cidade da classe alta e endinheirada, a ver pelas marina e pelos iates neles atracados e ainda pelas dezenas de mansões, exato, dezenas de mansões, de tamanho descomunal, em plena natureza e que só os portões mais ou menos dourados as ligam às ruas.

Estas foram construídas desde os finais do séc.XIX até aos anos 30 pelos homens de sucesso de então, embora também haja algumas mais recentes igualmente imponentes. Entretanto as mais antigas foram, evidentemente, passando de mão em mão ou por heranças ou por transações financeiras...

Não aprecio muito ver este tipo de realizações porque ultrapassam a minha maneira de sentir. Talvez  por isso, não visitei nenhuma das que estão abertas aos turistas, tal como nunca gastei dinheiro a visitar palácios, com a excepção do de Chambord, no Vale do Loire, quando levava os meus filhos comigo.

Porquê? Porque alio sempre a sua opolência a algum sofrimento humano que não o dos donos!

Muitas destas mansões são agora frequentemente utilizadas para rodar filmes, um deles foi o Grand Gatsby!  Também uma delas foi feita por quem no séc. XIX  esteve na construção do caminho de ferro Transiberiano ente Moscovo e Vladivostok, através da Sibéria!

Se, quando aprendi sobre a sua  existência (Transiberiano) alguma vez pensei que  iria ver a casa construída com os lucros, que para alguém, daí resultaram!! 

Estou grata à vida por ter visto já tanta coisa que só em imagens a preto e branco delas tomei conhecimento quando a Geografia entrou em mim!

 

Mas mais uma surpresa, quando na ponta da ilha (Newport fica numa ilha) um memorial aos portugueses, que aqui chegaram, como agradecimento dos americanos pelo que eles a esta terra deram!

 

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Agora uma ou duas mansões:

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publicado por naterradosplatanos às 23:43 | link do post | comentar

Dia 9 - Enjoying Fall River...

 

Não sei quantas pessoas das que me lêem  terão já ouvido falar em Fall River.

Eu tomei conhecimento da sua existência em 1977 quando de uma visita a Ponta Delgada, num jantar com primos "americanos" de férias na ilha e que vivam precisamente aqui.

Hoje foi a 2ª vez que aqui estivemos, a 1ª foi precisamente na mesma data mas em 2010, quando estávamos no Canadá.

Poderão perguntar: "mas o que vêem fazer, estas duas almas que atravessam o seu Atlântico para 15 dias de férias, pela 2ª vez a Fall River?"

Ē difícil explicar, sobre tudo para quem a ideia de férias passa apenas por visitar património histórico e comprar "souvenires".

No nosso caso as viagens passam pelo sentir mais do que pelo ver, e é este o caso.

Explicando:

Fall River tem talvez a maior comunidade de açoreanos da Costa Leste dos EUA e passear nalgumas das ruas é como passear numa rua de Ponta Delgada e onde não faltam até as famosas portas da cidade. Estas construídas pela comunidade na exata dimensão das da terra que há muito deixaram.

Como as fotografias mostram os portugueses ou já outras gerações aqui nascidas, estão em todas as atividades: na construção (obviamente) no comércio, nos seguros, no imobiliário, na restauração que têm cardápios onde não falta o "portuguese steak", (leia-se, bitoque com ovo a cavalo), as sardinhas, o bacalhau de todas as maneiras...

Nas montras lá estão os bordados das ilhas à mistura com as colchas e as roupas que nada têm de americanas. Noutras uma panafrenália de "coisa" que se misturam, Senhoras de Fátima com bandeiras de Portugal e dos Açores, quadros do Senhor Santo Cristo e outras lembranças da terra...

Também há tabuletas que anunciam escritórios de advogados com sobrenomes portugueses o que corresponderá a quem veio com tenra idade ou já cá nasceu.

Depois os pequenos supermercados com as especialidades das ilhas: as morcelas e o chouriço de carne e mais umas quantas "importações da saudade" , água do Luso, pudins Boca Doce (que já não me lembra de ver em Portugal), Nestum, atum Bom Dia, sabonetes Lux... Ah!   já me esquecia de dizer que a Revista MARIA continua aqui a ser vendida tal com o jornal RECORD!

Mais a baixo na rua uma pastelaria que embora com nome americano, nela só se falava português de sotaque fortemente açoreano e onde uma televisão transmitia em tempo real o Preço Certo!!

Foi aí que tomamos nestes oito dias aquilo que, no verdadeiro sentido da palavra, podemos chamar de bica! Gulosa como sou comi também o típico pastel de feijão de S. Miguel!

Tudo isto cria um ambiente único que nos faz sentir orgulho desta gente que vindo com pouco ou mesmo sem nada, singrou na vida...

Por isso quisemos voltar a Fall River onde a presença dos portugueses açoreanos está por todo o lado (alguns descendentes dos Macedos, certamente) e onde se vê a forte coesão da comunidade.

Não sei, no entanto, se esta coesão não será fruto da dificuldade de integração dos que cá chegaram durante décadas. Porém, ela é um facto que é evidente nos anúncios  ás diferentes atividades: aulas gratuitas de português para as crianças apelando aos pais e avós para as matricular (salientando a importância que no futuro essa aprendizagem ponderar ter) e outras  mais ou menos culturais como sessões de fado, bailes, almoços de convívio...

Também se anunciava a vinda breve da Mariza e já o Carlos do Carmo cá tinha estado em Maio!

 

 

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p.s. As fotos serão demasiadas para quem aqui vem, desculpem, mas elas são essencialmente para as deixar guardadas, na Nuvem para mim, já que os computadores se podem avariar e as "pens" perderem-se.

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É por último estas de um Jeep de alguém que deve estar bem na vida e que é um fervoroso açoreano e portista!

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Quinta-feira, 29.09.16

Dias 7 e 8 - White Mountains and Mt Washington...

Tudo isto é natureza simplesmente, por isso pouco há a dizer a não ser que a '"fall" deve ser o apogeu dessa natureza. Acrescento ainda que o Mt Washington, um dos pontos mais altos da Cordilheira dos Apalaches, é um livro aberto sobre a relação entre a altitude e a vegetação: primeiro a floresta de folha caduca ( agora no seu esplendor) depois as coníferas verdes e de folha persistente que vão diminuindo sucessivamente de tamanho até desaparecerem e de darem lugar a uma vegetação rasteira e agreste... depois é o domínio das rochas fraturadas pelos gelos!

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Quarta-feira, 28.09.16

Dia 7 - "gloves come off"...

Este era o título de um dos jornais desta manhã e  que acho que na nossa terra  se pode traduzir por "estalou-lhes o verniz"!

Todos sabemos que daqui a menos de dois meses vai haver eleições gerais na América, quer isto dizer que não são só para Presidente mas também para uma data de outros cargos regionais: senadores, mayors e muitos outros.

É uma espécie de "todos em uma"! Mas o que é interessante é que não se vêem "outdoors" nem cartazes colados nas paredes, nem panfletos por aí. O mais que se vê são estas espécies de bandeirinhas espetadas na relva dos jardins que têm mais ou menos a função dizer "eu apoio este guy(sujeito)".

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Portanto aqui toda a campanha presidencial passa pela televisão e é aí que acontece o que acontece nos nossos lados, contradizem-se, desmentem-se, levantam as vozes, interrompem-se... E no fim são os comentadores que decidem quem ganhou!

 

Ontem depois da viagem costeira entre Rockland e Portmouth, decidi que ia prestar atenção ao debate, mas o sono já era tal que só consegui ver o 1º "round", sobre a criação de empregos e forma de conseguir este desiderato... 15 minutos para cada um se explicar e argumentar!

Quando acordei tinha o debate acabado, mas hoje li os comentários no jornal! Nada que eu não tivesse lido já por aí, pelo menos no que diz respeito às polémicas do Mr.Trump...

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Segunda-feira, 26.09.16

Estacionar nas cidades americanas...

Em todas as cidades o estacionamento no centro é sempre pago, mas nas pequenas não podemos considerar que seja caro. Os modos de pagamento são genéricamente os nossos. No entanto também podem ir dos sofisticados (digitais) aos mais artesanais. Aqui fica este último caso.

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O processo é o seguinte: ao lado da placa que diz o preço, que neste caso era para o dia, há uma caixa transparente com envelopes, levantas a tampa que os proteje da chuva, tiras um, escreves nele a matrícula do carro e a data. Depois mete-lo na caixa, tipo correio, como se vê na fotografia e não há mais preocupações!

 

Acrescento mais esta que tb tirei por estas terras há uns quatro anos e com um processo mais simples já que não há que escrever nada, é assim: escolhe-se o lugar, vê-se o número do lugar,enrola-se a nota e mete-se na ranhura correspondente!

 

p.s. Penso que aí, já há algumas cidades em que se pode pagar pelo telemóvel, muito mais evoluído portanto!

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Liberdade de imaginação...

Ouvimos dizer que para os americanos a liberdade é uma coisa sagrada.

Claro que com os acontecimentos das últimas décadas algumas dessas liberdades têm sido senão coartadas, pelo menos diminuídas. Porém aqui pelo Maine ainda encontramos "liberdades"  que não esperaríamos e nos fazem sorrir!

 

 Que me lembre não conheço (eu) nenhum país onde as placas de matrículas dos automóveis não sejam standardizadas sendo sempre placas " cinzentonas" que apenas servem para identificarem o nosso carro. Na América, não, esta  liberdade é toda de quem os possui!

 

Na verdade  têm todas o mesmo tamanho e o mesmo tipo de letra, mas mesmo dentro do mesmo Estado, neste caso o Maine, o resto fica à imaginação do dono do veículo.

Ora vejam as que hoje, e só hoje fotografei num parque de estacionamento:

 

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publicado por naterradosplatanos às 01:37 | link do post | comentar | ver comentários (4)

Dia 5 - Acadia National Park

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Os EUA entre 'Nationals and States Parks" têm centenas. Dos três que conhecemos (Yosemite e Crater Lake) o da Acádia não é o mais espetacular, no entanto é também um oásis de tranquilidade e de natureza exuberante. Os americanos são muito orgulhosos dos seus parques e cuidam-nos nessa medida. O lema para o visitante é prova do empenho que transmitem "don't leave your footprint"!

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Para explorar um parque desta dimensão é preciso, primeiro ter a noção do que ele nos oferece, segundo estudar as alternativas que são possíveis, depois ter tempo suficiente para se embrenhar pelos caminhos da floresta omnipresente. Claro que para nós isso à partida não era possível, mas o "loop", estrada circular de apenas um sentido tem pontos de paragem que nos permitem senão ver os cumes, permitem-nos ver mas todo o seu contacto com o mar e circular  por dentro de túneis de árvores!

 

Inicio de um caminho pela floresta...

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Ontem, sábado era o dia dos parques nacionais e por isso a entrada que normalmente custa $25 foi "for free",talvez por isso estava com muita gente que no entanto não perturbava a natureza!

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publicado por naterradosplatanos às 00:15 | link do post | comentar | ver comentários (2)
Domingo, 25.09.16

Dia 4... para norte pela costa do Maine

O Maine, exceptuando o Alasca é o estado mais a norte dos EUA e faz fronteira com o Canadá. A sua costa, *** Michelin é uma verdadeira renda, materializando: o mar entra pela terra dentro e a terra faz precisamente a mesma coisa e depois milhares de ilhas, grandes e pequenas, umas habitadas outras não, juntam-se-lhe para a completarem.

Num pequeno porto, Boothbay Harbor, encontrei este placar que o demonstra.

 

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No fundo de grande parte destes golfos estreitos, que mais parecem vales líquidos entre montanhas, alojam-se charmosas povoações de enorme dinamismo apesar do seu pequeno tamanho.

De que vivem elas? Apenas de duas atividades, a pesca da lagosta e do turismo que ela traz!

O Maine, segundo li, produz a maior quantidade de lagostas do mundo e assim se compreende a prosperidade destes lugares que não conhecem arranha-céus mas apenas eles, o mar e a natureza envolvente... Aqui vão alguns desses lugares:

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publicado por naterradosplatanos às 04:43 | link do post | comentar | ver comentários (1)

Aqui não chega o vento Suão...

Muito do encanto destes lugares vem-lhe das flores omnipresentes, nas janelas, nos canteiros, na porta das lojas, nos jardins pequenos ou grandes, penduraras nos candeeiros... tudo isto porque o vento suão não chega e não lhe come a frescura, como este ano aconteceu no meu Areeiro. Aqui o sol brando do dia e a frescura da noite mantém-nas exuberantes e a mim a morrer de inveja!

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Até coroando um caixote do lixo!!

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Sábado, 24.09.16

Dia 3 - Portland (Maine) e não só...

Escrevo entre parêntesis Maine porque há outra cidade no Oregon exatamente com o mesmo nome, o que é muito comum aqui nos EUA.

Este Portland é uma cidade média a que o Guia Verde Michelin dá duas**. O que de mais interessante tem além do ambiente do porto é mesmo o Westend, bairro colonial de gente, com certeza com dinheiro mas também com muito gosto.

Porém duas coisa interessantes aconteceram e que nada têm a ver com a cidade.

Como estava calor e a cidade é extensa, como toda a cidade americana, resolvemos comprar um tour que tinha o aliciante de nos levar a um dos milhentos faróis da Costa do Main. Na maior parte dos casos os automóveis não são admitidos é só os autocarros lá podem chegar, o que se compreende-se.

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p>Entrados numa espécie de elétrico o motorista, por sinal muito exuberante, começou por perguntar a todos os passageiros:  "where are you from?". Quando chegou a nós, obviamente respondemos: "from Portugal", ao que ele replicou com jeitos de incredibilidade "from Portugal?!!" "of course, from Portugal"! Repliquei. Passou à frente e eu fiquei com a nítida sensação que Portugal era para ele, absolutamente desconhecido!

 

Caso contrário aconteceu-nos pela manhã. No elevador, quando subíamos para o 5º andar entrou connosco um casal nos seus 90, ele vestido tipicamente à americana não faltando o boné, que tal como a placa que trazia pendurada ao pescoço dizia: "Air Force Veteran, Pensilvânia". Ouvindo-nos falar, perguntou-nos de onde éramos, a resposta foi a óbvia. Ele de seguida disse-nos : nos anos 50 eu estive um ano nos "Azores", conhecem? Eles saíram no 3º andar mas travamos a porta do elevador para trocarmos mais umas palavras, depois despediu-se sorrindo...

Fazendo as contas deve ter voado nos céus da Coreia.

Mais tarde ficamos a saber que no hotel estava a decorrer um encontro de veteranos da AF. Na realidade, pela hora de jantar vimo-los vestidos com todo o requinte: fatos e vestidos pretos, carteirinhas de lantejoulas, cabelos cuidadosamente penteados... mas também mãos que tremiam descontroladamente e bengalas que ajudavam os passos...

 

Não sou americana mas fiquei orgulhosa por eles!

publicado por naterradosplatanos às 00:56 | link do post | comentar | ver comentários (1)

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