Pudim de Natal...
Todo o tempo as saudades tomaram conta de mim e a sua confecção é demorada!
Cortar o pão de alguns dias a trás, mergulhá-lo em leite a ferver, juntar mais isto e mais aquilo...
Fazíamo-lo as duas, encostadas ao balcão da cozinha e entre o que íamos juntando, sempre “a olho” e os seus elogios ao meu jardim, o tempo não contava... “agora preciso de um cálice de Vinho do Porto”; “prova para ver se está bem docinho...”;”e se juntassemos mais um ovo?” Depois vinham as frutas, as passas, as nozes...
Antes disto tudo, estava a seu cargo o untar a forma... mas haveria alguém que untasse a forma melhor do que Ela? Certamente que não!
Seguia-se o espreitar o forno, espetar o palito, considerar se era ou não altura de o tirar... tudo isto levava a que uma tarde se passasse...
Que saudades... não, não são do passado mas de quem estava nesse passado!
Há tempos escrevi a receita, pesando e medindo o que as duas fazíamos “a olho”, para que o Pudim que Ela tão bem fazia possa continuar a ser uma tradição na nossa mesa de Natal!