Último amanhecer do Ano...
Ás 9h da manhã o Parque estava vazio, se fizermos exceção a um grupo de “gray haired” alemães que se passeavam e fotografavam ao longo do Tejo... Clima maravilhoso tem Lisboa!
Ás 9h da manhã o Parque estava vazio, se fizermos exceção a um grupo de “gray haired” alemães que se passeavam e fotografavam ao longo do Tejo... Clima maravilhoso tem Lisboa!
Talvez por o dia estar chuvoso e triste lembrei-me delas... eram mais novas do que nós e estou a vê-las à nossa porta, vestidas pobremente, sapatos velhos com um xailzito pelos ombros, ás vezes traziam com elas um irmãozito mais pequeno...
De vez em quando batiam-nos à porta, não muitas vezes já que viviam numa “quinta” fora da cidade. Porém pelo Natal vinham sempre e traziam-nos o seu humilde presente, um ramo cheio de bolinhas vermelhas, como este...
(Gilbardeira/ruscus aculeatus - web )
Cresceram e deixámos de as ver, mas um dia e por acaso, a minha irmã e a minha mãe que passeavam no Chiado ouviram: “Srª D. Alice, Srª D. Alice, sou a Conceição da quinta a quem tantas vezes a senhora vestiu e deu esmola...” o resto da conversa que emocionou-se a minha irmã e a minha mãe deixou perceber que estavam bem.
Meu Deus, como os tempos de hoje são BONS!
Sempre me lembra deste serviço de pratos ir à mesa em dias festivos. Foi oferecido aos meus pais como prenda de casamento no longínquo ano de 1944. Quando menina achava-o o máximo nas suas florinhas delicadas e nos bordos em dourado. Hoje gosto dele pela sua idade e pelo significado que tem o continuar a ir à mesa em dias de festa!
Depois de alguns anos o Natal cumpriu-se agora com cinco bisnetos, com grande alegria de uma bisavó com saúde e dinâmica que tomou a seu cargo as decorações... a mesa vestiu-se também com uma toalha feita por Ela e o serviço que há 74 anos lhe foi oferecido como prenda de casamento! Foi mesmo um Natal muito Feliz!
A nossa mesa:
... procuro uma fotografia que se adapte a estes tempos de desejos mútuos e dela faço um cartão de Natal. Este ano não, este ano resolvi sim, usar um desenho pintado pelo meu neto mais pequeno e fazer dele esse cartão.
Feliz Natal para os que aqui passam.
Todo o tempo as saudades tomaram conta de mim e a sua confecção é demorada!
Cortar o pão de alguns dias a trás, mergulhá-lo em leite a ferver, juntar mais isto e mais aquilo...
Fazíamo-lo as duas, encostadas ao balcão da cozinha e entre o que íamos juntando, sempre “a olho” e os seus elogios ao meu jardim, o tempo não contava... “agora preciso de um cálice de Vinho do Porto”; “prova para ver se está bem docinho...”;”e se juntassemos mais um ovo?” Depois vinham as frutas, as passas, as nozes...
Antes disto tudo, estava a seu cargo o untar a forma... mas haveria alguém que untasse a forma melhor do que Ela? Certamente que não!
Seguia-se o espreitar o forno, espetar o palito, considerar se era ou não altura de o tirar... tudo isto levava a que uma tarde se passasse...
Que saudades... não, não são do passado mas de quem estava nesse passado!
Há tempos escrevi a receita, pesando e medindo o que as duas fazíamos “a olho”, para que o Pudim que Ela tão bem fazia possa continuar a ser uma tradição na nossa mesa de Natal!
Há dias pelas 8h a temperatura aqui no Areeiro era de -2º, daí a urgência de vestir as minhas buganvílias, claro, aquelas “que ainda têm tamanho para que eu o possa fazer... para as da frente teria que chamar o Christo!
Há dois anos semeei pela primeira vez “luffa vines” e produziram o suficiente para mim e para oferecer, o ano passado repeti a sementeira mas produziram um pouco menos.
Das duas vezes secaram nas plantas e colhias-as já castanhas, porém desta vez, e já por estarmos quase no fim de Dezembro, mesmo não estando como então, resolvi colhe-las. Agora vou deixá-las secar em casa e depois tratá-las como deve ser.
Desta vez a produção foi enormíssima, 17 + 12 que, estando tão altas, não as consegui colher! Veremos o que lhe acontecerá.
Não Clélia, não me esqueci que prometi mandar-te sementes para semeares aí, só que estou á espera das sementes novas. Quando mandar aviso.
Ficam aqui as Luffa vines do ano passado e as de este ano
... e o que me chegou hoje por email, em consequência do momento, está relacionado com ela.
Eu publico-a, não pelo momento mas porque me fez rir até às lágrimas e garanto que isso raramente acontece, já que reconheço que tenho muito pouco sentido de humor!
Aqui vai:
Reconheço que o Fb reencontrou muita gente que se tinha perdido, reatou amizades e continua a mantê-las.
Porém a minha maneira de ser não se coaduna com muita da frivolidade que por lá passa... provavelmente defeito meu, de outra forma o Fb não teria os milhões de aficionados que tem!
Na realidade, logo no início desta moderna forma de comunicação a minha neta R. arranjou-me uma conta... Porém a certa altura, arreliada com os “pedidos de amizade” de pessoas que eu não conhecia se bem que fossem amigos dos amigos e amigos dos amigos dos amigos, risquei-me!
Assim, sabendo que não tenho acesso ao Fb a Fátima mandou-me a fotografia da página dela... com espanto, seguido de orgulho (bom) pude ler o comentário de três alunas minhas que o foram, num passado já longínquo!
De duas, já não me lembro dos seus nomes, como eram então adolescente e hoje mulheres, muito menos as reconheço... elas que me desculpem.
No entanto fica o pedido, se me virem na rua, quando ocasionalmente vierem por aqui digam-me: olá professora!