Eu sempre tive uma má relação com o Natal!

 

 

Este “sempre” não é um exagero já que a boa relação com ele tivesse ido, quando muito,  até aos meus 8, 9 anos! 

Pensando bem, durou ainda menos pois terá  ido desde que comecei a saber da existência do Menino Jesus, até à desilusão de saber que não era ele que nos trazia todos aqueles presentes!

 

 Nesse intervalo de tempo a relação era de encantamento, depois veio a fase do não questionar: era Natal, havia presépio e árvore e presentes - sem julgamento!

 

Entretanto fiquei adolescente e comecei a pensar por mim, a aperceber as diferenças entre os nossos Natais e os Natais dos menos privilegiados... algumas “dores de cabeça” dei ao Sr. Padre Campos, meu professor de Religião e Moral, com a minha argumentação!

 

A Faculdade trouxe-me consciência social e desde aí os Natais passaram a ser épocas difíceis...  sempre pensei que quem já era feliz mais feliz o era no Natal e os outros, os que se sentiam infelizes: os sós, os doentes, os abandonados, seriam certamente mais infelizes... e isto mexia comigo!

 

Já mesmo depois de ter filhos, tive Natais em que me senti muito deprimida, desinteressada de todo o aparato natalício... mesmo sem o consumismo de hoje!

 

Sorte tiveram os meus filhos já que tinham uma avó muito criativa e sempre desejosa de inventar... e onde invariavelmente passávamos os nossos Natais!

 

Tenho a certeza que os Natais passados em casa da avó Alice nunca lhes deram tempo para tomar consciência do desinteresse da mãe!

 

Hoje, não sei se estarei muito melhor!

 

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publicado por naterradosplatanos às 09:19 | link do post | comentar | ver comentários (11)