No Areeiro e por aí...

Quando o mundo ainda não era global o que as crianças pediam de porta em porta, por esta altura, eram os “santinhos”. A minha mãe nunca nos deixou ir pedi-los, dizia-nos que isso faziam os meninos que não comiam coisas doces e que nós o fazíamos todo o ano!

Nessa altura davam-se figos secos, nozes, amêndoas e também rebuçados... os miúdos metiam-nos numa sacola e iam bater na porta seguinte...nós, sentíamos pena de não os acompanhar...

No tempo dos meus filhos não me lembro do costume se sentir, talvez por estarmos no Areeiro longe da cidade. Entretanto eles cresceram e foi então que o Halloween entrou nos nossos costumes.

Vivi um Halloween em Montreal e digo-lhes que era bem interessante ir passear nos bairros residenciais e ver como as portas e os jardins estavam decorados. Nessas decorações vislumbrava-se bem as que tinham crianças e as outras! Fantasmas feitos com lençóis, vassouras, chapéus cónicos como convém e muitos, muitos morcegos! Outras havia só com abóboras à porta noutras ainda, coroas feitas das cores de Outono dessas terras...

Este ano de visita ao Marché Jean Talon fotografei estas, perfeitamente do mesmo tamanho... prontas para serem transformadas para a festa!

Há uns anos que, por esta altura, faço um post sobre as minhas romãs e claro, devo acabar a repetir-me!

Este ano romãzeira não foi muito produtiva quer em número quer em tamanho... o verão foi longo, muito seco e por isso grande parte delas cresceu pouco, comparadas com anos anteriores.

Sempre que o verão é muito longo e pese a gota-a-gota que lhe rega o pé, esta não é suficiente para a casca crescer ao ritmo dos grãos e assim sendo, ás primeiras chuvas elas rebentam... se não as apanhar de imediato, ou vêm os pássaros e esvaziam-nas (como hão-de eles resistir aqueles bagos vermelhos?) ou então criam bolor e deixam de ser apetitosas!

Este ano ficaram assim:

Já tirada com o "dernier cri"...

É verdade que eu paro pouco por aqui e por isso acho que a cidade oferece poucas oportunidades de nos enriquecermos, mas admito que seja desconhecimento meu!

Esta tarde a convite da L. vi-me “confrontada” com dois escritores sobejamente conhecidos, Agustine Bessa-Luis e José Régio.

A L., na sua enorme capacidade de captar quem a ouve, pôs em confronto ambas as obras, mostrando-nos  como personalidades tão diferentes nelas se refletiam. Mostrou-nos ainda pormenores interessantes de ambas, fazendo-no-los compreender dentro  dos contextos e vivências de cada um dos autores... ficamos também a saber que ambos se cruzaram e mesmo da opinião que tinham um do outro...

De facto eu nunca li Agustina e de José Régio só conheço apenas alguma poesia, de onde tirei o excerto para o azulejo que tenho no meu jardim!

Aconteceu-me há três dias a mim... caiu e mergulhou!  Aborrecimento nos primeiros momentos até a minha metade me dizer que o íamos substituir por um “dernier cri”!! 
E assim foi!

Realmente as fotografias que ele tira são de enorme qualidade, mas há ainda muita coisa para nele aprender!

Enfim, fiquei a ganhar e neste caso aplica-se mesmo o dito popular “há males que vêm por bem”!

Uma pequena e, à primeira vista, insignificante joaninha ficou assim a refletir a luz do sol...

e assim:

Hoje mudou a hora e eu que ainda não tinha acertado o meu relógio interior, este ficou mais um pouco avariado!

Nestas situações o melhor é sair da cama e arranjar que fazer para aquela hora a mais que nos foi dada... eu decidi engraxar sapatos, os que vêm  e os que vão para o lugar onde descansam até á próxima estação!

E só para dar cor ao post fotografei estes que irão descansar até à próxima primavera!

Cheguei lá e aqui  e ele sempre comigo... 10 dias sem conseguir acertar o relógio (biológico)!  Mesmo hoje passados três dias ainda não estou escorreita, pois viajar de Oeste para Este, isto é, no sentido contrário ao da rotação da Terra ainda é muito pior!

O Canadá tem duas línguas oficiais, o inglês e o francês, isto porque o Quebec foi na maior parte da sua história uma colónia francesa e os quebecois fazem desde então questão de manterem o francês... e garanto que fazem bem por isso!

Assim, achei que o nome do post devia vir em francês e inglês e que seria um post “só para mim”,

Quero eu com isto dizer que não iria incomodar quem aqui passa, com o número de fotografia que vou aqui publicar, sem as/os avisar!

Faço-o porque quero guardá-las aqui já que a memória do meu iPhone está quase nos seus limites, pese embora a sua capacidade!

O chão...

o lindíssimo "Plateau"...

Hoje a minha querida neta Raquel faz 20 anos, 20! 
Para mim muitos, para ela muito poucos...

Já  aqui disse em anos anteriores que é uma menina muito bem formada, uma menina em que os bons princípios estão todos presentes, também é meiga, amiga, preocupada com os outros além de boa aluna... mas realmente tem um defeito, defeito que não vou aqui nomear e que é grande ou pequeno de a acordo da pessoa que o presencia...

Eu sempre lhe dei a dimensão do mais ou menos normal :)!

O primeiro presente foi o da mãe bem cedo logo pela manhã antes de ir para a Faculdade, um pequeno almoço com requinte... (os scones fazem parte da tradição!)

O Mont-Tremblant é um parque natural e nele pequenas localidades que vivem do que durante as quatro estações o parque lhes dá: turismo!

Agora a “Fall” pinta-o de todas as cores quentes do espectro; dentro de semanas e até lá para Março a neve e todas as actividades que esta proporciona; segue-se a Primavera com o verde dos montes e dos lagos que os refletem... por fim um curto verão, porém suficientemente quente para permitir banhos nos lagos e canoagem nos rápidos que o degelo engrossou...

Agora a vertente que o teleférico nos permite superar está assim...

Num olhar de 360º a imensidão da paisagem...

... e lá em baixo uma pequena cidade que parece de conto de fadas!

A comunidade portuguesa em Montreal é grande e maioritariamente fixou-se pelo Plateau, (onde até é fácil encontrar onde alguns moram) mas não só, embora seja por aí que mais se congregaram.

Na Padaria Portuguesa ( Boulangerie Portugais) vendem-se as “saudades” que estão nas prateleiras e nas vitrines: as latas de atum, as salsichas portuguesas, o azeite... os pastéis de nata, os bolos de bacalhau, os chouriços de carne dos Açores...

Na prateleira que tem as tão portuguesas Bolacha Maria, está também o Galo de Barcelos, a Nossa Senhora de Fátima e uma alusão ao Senhor Santo Cristo dos Açores, tal qual há oito anos atrás!

Fala-se português, muito português açoreano, com os portugueses; francês com os outros... menos inglês já que a Padaria está na região maioritariamente francófona.

Porém os portugueses estão também para oeste, área maioritariamente de língua inglesa... no Quartier Lachine “encontrámos” a Amália, o bacalhau, “as vacas felizes” dos Açores... e até uma esplanada num improviso do eléctrico nº 28!

Já agora fica aqui dito que um dos melhores restaurantes de Montreal “ O Ferreira” na Peel Street, é de um português que por sua vez está entre a gente muito rica de Montreal!