Quem me lê…
Quem me lê há algum tempo e já lá vão onze natais, já sabe qual a minha posição quanto ao Natal. Porém, deixo sempre aqui os meus votos de que o ano que se segue, seja como cada um deseja!
Quem me lê há algum tempo e já lá vão onze natais, já sabe qual a minha posição quanto ao Natal. Porém, deixo sempre aqui os meus votos de que o ano que se segue, seja como cada um deseja!
Se a Sicília ao longo de séculos foi sendo disputada deveu-o não só à sua posição estratégica mas com certeza ao que ela podia produzir. Atravessamos áreas montanhosas, onduladas e até relativamente planas. A montanha está coberta de “máquis” já que o declive é tal que lhe tira qualquer possibilidade de produzir, depois o resto está coberto de olival, algum bastante antigo outro já mais “geometrizado”, não vi figueiras (o que seria normal em clima mediterrâneo) mas vi modernas plantações de figos da Índia!! As estufas também se mostravam na parte sul da ilha que pressuponho serem de produtos hortícolas, mas sem grande ar de ser uma agricultura “industrializada”!
E quanto à distribuição das populações pela paisagem? Aglomerados de todos os tamanhos, algumuns nos sítios mais inacreditáveis, comprimindo-se e derramando-se pelos penhascos ou estendendo-se e dispersando-se pelos sítios mais planos quando existem…
Em qualquer dos casos o aspecto é sempre de populações pobres, casas degradadas, outras e vi muitas, paradas a meio da construção (emigrantes?) e se não, não têm vida já que o ocre que as pinta as faz confundir com a pedra que as rodeia!!
É certo que a Sicília tem um vulcão mas não é uma ilha de origem vulcânica! Ela formou-se, obviamente, há milhões de anos, pela subida de sedimentos do fundo de um mar que designamos desde a Antiguidade de Mediterrâneo.
Esse “ bocado” de terra começou a formar-se junto à África e foi sendo arrastado pela placa tectónica de encontro à península itálica. É aqui que uma fractura atingiu o magma e deu origem ao Etna. Este foi crescendo a cada erupção que se ia sucedendo, fazendo-o erguer-se de uma superfície relativamente plana.
Ao contrário o interior da ilha é muito montanhoso, cortado por vales profundos mais ou menos colmatados por alguns sedimentos. Muito do seu litoral é de arribas altíssimas e absolutamente verticais. Praias? Não vi, apenas pequenas faixas de areia escura “batidas” por um Mediterrâneo manso, apesar do calendário estar perto de assinalar o Inverno!
Dos sete dias que estivemos na Sicília só um único dia foi lesado pelo tempo que fez… era o dia de subirmos até meia encosta do Etna a 2500 metros dos 3800!
Sim, o turista “impõe-se mas o tempo dispõe” e foi o que nos aconteceu: um nevoeiro cerrado, húmido e frio a que se acrescentou vento forte impediu o teleférico de funcionar e por arrasto a de nós irmos até ao cone já nevado...
Paciência, todos os outros dias tivemos o sol ora em pleno ora em jogo do gato e do rato com as nuvens, mas nunca nos impedindo de nada!
A prova
Ao longe...
Todos sabemos isso mais ou menos… o que eu não sabia era que o ciclo do biquíni, sim esta mesma peça de duas peças, tem um ciclo que durou séculos quando, por volta dos anos 60, o seu uso se volta a repetir!
Porque falo eu aqui do biquíni?
Vejam as fotografias que se seguem, tiradas aos mosaicos romanos numa “Villa” (esta no sentido de casa romana) que data, ao que os arqueólogos apuraram, do século segundo depois de Cristo.
Estes mosaicos que dizem perfazer para lá dos 600m2 estão tão bem conservados que são um livro ilustrado sobre os usos e costume, o dia a dia, a educação das crianças, as suas “relações internacionais “ dos que então habitaram aquelas magníficas salas!
Como chegaram até nós desta forma quase impecável? Sim, foi o infortúnio da então cidade romana de Agrigento, já que um violento terramoto os sepultou juntamente com os seus habitantes!
Lentamente e com toda a paciência de arqueólogos e voluntários foram vendo a luz do dia… para um prazer imenso de quem os visita - neles eu me incluo.
Como eu disse atrás os lugares foram sempre os mesmos, quem os habitou é que foi mudando sempre pela força das armas. Como quase sempre o conquistador destrói o conquistado para construir e deixar a sua marca, aqui ficam algumas fotografias do que restou e hoje tão avidamente é protegido!
Já não sei bem em que ano nos era ensinado o Princípio de Arquimedes mas lembra-me bem da história a ele associada - Arquimedes a correr nu pela cidade de Siracusa a gritar “eureka, eureka…”! Aqui, voltei a ouvi-la pela voz da guia que conduziu a nossa visita nesta mesma cidade.
Siracusa é uma cidade muito interessante, um “livro aberto” da História da Bacia do Mediterrâneo! Aliás, como toda a Sicília que começou a sua história com os Fenícios, continuou-a como os Cartagineses, seguiram-se os Gregos depois os Romanos, depois deles Bizâncio, os Árabes, Normandos e por último os Espanhóis. Siracusa dá fé de todos eles e não vezes sem conta sobrepondo-se cronologicamente o que todos foram deixando como prova das suas culturas!
Como já disse desinteressei-me do blog, não tenho mais vontade de nele escrever... passo só a fazê-lo para guardar as fotografias mais ou menos ordenaras por sítios e datas, eventualmente alguma observação.
Observação de hoje - Palermo
Não, Portugal não é um país do sul, Portugal é um país Atlântico, não no seu clima, mas nas suas gentes, nas suas cidades...
Palácios, igrejas de interiores dourados, ruas caóticas (onde carros, autocarros, motos e trotinetes competem pela passagem),ruelas insalubres e nada convenientes depois de escurecer... é assim Palermo!