Encontrei-a no Amadeus…
Alguém tinha dito que havia um português a bordo, mas como não demos por conta de nenhum, pensei que podia ter sido confusão, portanto não mais me preocupei com o assunto.
No último dia foi o “jantar do capitão ” e além da cerimónia gastronómica de 5 pratos, constou a apresentação de todos, os que durante uma semana, contribuíram para o nosso bem estar!!
Foi aqui que vi a Ana Maria apresentar-se como chefe da lavandaria, mas que na sequência das apresentações, tal como apareceu, desapareceu!
Não, não podia ir-me embora sem a cumprimentar!
Assim quando a “festa” do capitão terminou fui à receção (que existe tal como num hotel) e perguntei se podia falar com ela. Sim, pode… e é então que a Ana Maria aparece!
Pudera eu ter gravado a alegria dela quando espontaneamente me abraçou!
A Ana Maria nasceu numa aldeia não longe da Guarda, ficou órfã de mãe aos 6 anos, depois, uma vida cuidada pelo pai… mas um dia, pela lei da vida, também ele desapareceu!
A Ana Maria que tem 42 anos e é mais uma portuguesa que se fez à vida: dois anos a navegar nos Cruzeiros do Douro e daí há três meses nos Cruzeiros Reno.
O que faz neles a Ana Maria? Supervisiona a lavandaria!
Perguntei-lhe sobre o trabalho e sempre com um sorriso respondeu-me que o trabalho era algum mas que ela tinha tudo organizado e que não se queixava porque, na realidade, estava ali para ganhar dinheiro! Ali não há horário de trabalho, trabalha-se enquanto é preciso!
A sua residência é no barco e num telemóvel de rede portuguesa, numa cabine do Amadeus, segundo ela confortavelmente e sem nada faltar.
Os cruzeiros desta companhia fazem-se entre Março e Novembro altura em que o contrato termina, regressando na época seguinte, se o seu trabalho tiver sido apreciado…
E assim a Ana Maria sobe e desce o Reno ao ritmo do Amadeus