Não tenho raízes...
Durante a viagem de ontem vim refletindo no facto de sentir que não tenho raízes!
A cidade que me viu nascer, viu-me deixá-la aos 17 a caminho da faculdade, depois a cidade que me "deu" um curso teve-me 5+ 5 anos, depois veio o Alentejo que me "tem" há 42 , porém sem nunca ter conseguido nela lançar verdadeiras raízes.
Meditando sobre isto concluí que na realidade eu só tenho aqui uma única raiz que me prende, a minha casa, aqui no Areeiro!
Pudesse eu transplanta-lá como faço com as árvores do meu pomar e eu não estaria aqui... ingratidão para esta cidade dirão. Sim, pois foi nela que passei dos dias mais felizes da minha vida: exercí a profissão que me preenchia, aqui criei os meus filhos sem preocupações, primeiro na pacatez da Praceta, depois no Areeiro. Tudo estava a dez minutos de casa, a escola, o colégio, a fábrica... e isso contribuiu para a vida calma que levámos - assim uma espécie de linha reta onde tudo era mais ou menos previsível.
A escola acabou, a fábrica também, ficaram os conhecidos mas estes não contribuiram para criar raízes...
Assim temos apenas uma raiz que sendo tão forte nos mantém aqui, essa raiz é a nossa casa!