Querida Raquel
Noutros tempos escrever-te-ia uma carta, metê-la ia num envelope, levá-la-ia ao correio... mas isso é coisa do passado e é pena! Receber um envelope, olhá-lo de um lado e do outro, abri-lo e ler as linhas manuscritas era muito saboroso.
Tu como menina que está na idade de guardar lembranças provavelmente a meterias na caixa de que me falás-te... mas os tempos são outros, eu sei!
Também te podia mandar um e-mail mas este certamente se perderia entre muitos. Mesmo que o guardasses numa pasta, mesmo assim, corria o risco de se perder quando, um dia o disco do teu computador se avariasse irremediavelmente...
Assim sendo resolvi escrever-te no meu blog pois enquanto houver lugar na "nuvem" tu sempre lá poderás ir relê-la. Sei que muita gente, ou pelo menos alguma o lerá, e será por isso menos pessoal. Mas que importa?
Porque te escrevo esta "carta"?
Porque, minha querida, a nossa ida a Berlin não teria sido a mesma coisa sem ti! A tua curiosidade, o teu interesse, a tua incansável capacidade de irmos mais além, a pesar dos 32º dos dois primeiros dias, fez com que eu e a Lena resistíssemos ao conforto do ar condicionado do hotel. Portanto viemos mais ricas em conhecimento.
O avô, acha que poderíamos repetir para o ano em Viena. Que dizes?
Beijinhos
A avó