No Areeiro e por aí...

Passear nas cidades e tomar atenção a quem se cruza comigo é para mim um hábito arreigado desde há muito. Olhar as caras que comigo esperam o sinal verde para atravessar ou a das que comigo esperam numa qualquer fila, a forma como se vestem, as idades que têm ou aparentam... Depois há os outros casos, aqueles que me fazem parar e ler os letreiros que seguram nas mãos: "I' just hungry", "help me, I have 4 children and lots my job"... Fico confusa...em certos casos vem ao de cima a necessidade na tês cansada e já velha, mas outros não aparentam necessidade e simplesmente estão ali chocalhando o copo plástico a chamar a atenção de quem passa. Foi o caso d uma miúda bem penteada, bem vestida que no letreiro dizia se "homeless" e mais qualquer coisa que a minha metade não me deu tempo de ler! Diga-se que resmunga sempre quando eu quero documentar estes factos, mesmo que fazendo zoom de muito longe para não correr riscos! Fotografá-los não considero falta de respeito porque são pessoas absolutamente anónimas obre as quais apenas me interrogo sem qualquer juízo de valor! Aqui seguem alguns dos muitos casos que nesta simpática cidade de Chicago passaram em frente dos meus olhos e de que tomei consciência... "Com fome, sem casa. Eu não sou má rapariga, apenas fiz más escolhas" reza o cartaz

O dia acordou luminoso e do 97º andar do John Hamcock Center a cidade tornou-se ainda mais espectacular... Os arranha-céus emergem da planura que por sua vez se cobre de casas baixas tão típicas dos subúrbios. É difícil largar a vidraça do observatório, deixar de ver a cidade estender-se ao longo do Lago Michigan ou de olhar o topo dos arranha-céus mais baixos onde piscinas azuis pululam a par de algumas "hortas" geometricamente traçadas! sim pequenas hortas que estão a muitos metros do solo (por isso coloquei o nome entre aspas, já que foge ao conceito normal). Tiradas as fotografias que se seguem descemos num ápice ao rez do chão... Os subúrbios Hortas no topo de alguns arranha-céus No Parque Milenium, já depois de almoço, era a música que atraía, centenas de pessoas, muitas sentadas na relva, crianças correndo, skates rolando, músicos espontâneos, tabuleiros de xadrez à espera de alguém para jogar... Tudo isto resultava num ambiente descontraído e comungado naquela tarde de Sol! Concerto "músicas do mundo" "Faça uma jogada e continue..."

Sou mais dada a escrever sobre o que me surpreende do que da realidade física em si. No entanto a realidade que apreciei é a de uma cidade organizada onde o trânsito flui calmamente no imenso de tabuleiro de xadrez que é planta da cidade. Portanto Chicago não foge ao tipo das grandes cidades americanas que nasceram, na sua maioria em áreas planas: um centro de onde se elevam brilhantes e modernos arranha-céus (não sei o que diz o AO sobre a palavra...) a par de outros antigos mas igualmente bonitos! Os grandes parques estão a Sul da cidade bordando o Lago Michigan e onde se situa a Universidade e os bairros de gentes importantes (lá estava a casa de Obama antes de ocupar a Casa Branca) e de muitas mais celebridades. Não fora irmos no Hop on -Hop off não me deslocaria lá evidentemente, mas o tour inclui essa paragem, tal como a paragem em frente ao seu barbeiro!!! Porém para ficar com uma noção exata de qualquer grande cidade, a que se vá pela primeira vez, há que recorrer a estes meios. Passear a pé é muito agradável, já que a cidade é plana, ruas e passeios largos... As pessoas devem cultivar a gentileza pois sempre que paramos para consultar o mapa, há sempre alguém que se abeira de nós a oferecer ajuda! O que se esforçou hoje uma elegante senhora para nos ensinar onde ficava o post office! Só faltou levar-nos lá... Amanhã ainda há muito que ver e que contar... Aqui ficam algumas fotografias desta cidade à beira de um lago que mais parece um mar e que hoje estava bem agitado! O moderno e o antigo lado a lado... Espelhando-se uns nos outros... "The Bean" actual ex-libris de Chicago

Ontem não conseguia compreender como nos tínhamos enganado e saído num sítio que me pareceu tão pouco recomendado, nada condizente com o que tínhamos visto no Google Earth. Assim hoje, mesmo antes de ir tomar o pequeno almoço resolvi esclarecer a situação. Localizei de novo o hotel no mapa e fui analisar o mapa do metro... Não é que para meu espanto existem duas estações com o nome de "Grand"!? Uma na linha azul que vem do aeroporto e fica nos suburbios e de muito mau aspecto e uma na linha vermelha que fica junto ao Hotel no meio dos arranha céus da "down town"! Daí o sucedido. Eu não fiquei preocupada, mas a minha metade disse que era um lugar ideal para sermos assaltados! Deslindada a situação e tomado o pequeno almoço o programa era e foi um tour num Hop on-Hop offf como fazemos quando vamos a uma grande cidade. É a melhor maneira de ficarmos com uma ideia mais exata das dimensões da mesma e sobre o que vale a pena explorar em pormenor... Como o "jet lag" nos afecta hoje regressamos cedo ao quarto e vamos tentar acertar o nosso relógio biológico. Deixo aqui a fotografia que tirei da janela do nosso quarto no 15º andar

Depois de quase 20 horas entre voos e esperas nos aeroportos eram quase 11 da noite quando saímos do metro que supostamente ficaria a dois quarteirões do Hotel Holliday Inn na Wabash Avenue. Qual quê, como acontece quase sempre quando não conhecemos os lugares saímos pelo sítio errado e a estas horas impróprias demos por nós num sítio um pouco inóspito e, embora o Al Caponne há muito que se tenha ido não nos sentimos seguros. Decidimos então apanhar um taxi que por $6 nos deixou à porta do hotel. Aqui é meia noite e meia, aí 6.30 da manhã...