Arquivo fotográfico de Malta
Para mim:
O Maltês na escola...
O inglês, o maltês e francês em comparação
Marsaxlokk ( porto piscatório)
O mundo rural
A costa
St. John Cathedral (um esplendor)
Varandas...
Malta vista do Ar...
Para mim:
O Maltês na escola...
O inglês, o maltês e francês em comparação
Marsaxlokk ( porto piscatório)
O mundo rural
A costa
St. John Cathedral (um esplendor)
Varandas...
Malta vista do Ar...
Malta tem:
. Muito sol
. Muitas marinas
. Milhares de barcos (que vão dos luxuosos yates, aos que são apenas para dar umas voltas nas baias)
. Muitos, muitos automóveis tendo em conta a dimensão da ilha.
. Muitas casas (das típicas varandas) degradadas em ruas que, embora parecendo um contra-senso são bonitas
. Muitos guindastes no horizonte, logo muitas obras
. Muitos hotéis
. Muitas, muitíssimas igrejas (365 ao todo)
. Uma história fabulosa onde entra um português ( o grão-mestre da Ordem de Malta Manoel de Vilhena)
e...
. Muita simpatia!
Malta não tem:
. Praias
. Chuva (pouca, logo a água resulta na sua maioria da dessalinização da água do mar)
. Campos de cultivo (ou muito poucos)
. Não tem (ou pelo menos não vi) pedintes.
Resumindo, Malta tem todo o “charme” do Mundo Mediterrâneo e é um destino a considerar!
Esta fotografia é uma pequena amostra do que Malta tem para nos oferecer...
Quase que me atrevo a dizer que Malta é uma ilha urbana, pequenas cidades anteriormente existentes, graças ao desenvolvimento soldaram-se como numa cidade única que no entanto é diferente nas suas partes! Vejamos: no lado norte da ilha é a cidade que não desmente o crescimento pelo turismo e a outra (que são outras) que vêm de tempos bem mais recuados e com um carisma único!
As casas de pedra amarela, (frágil calcário) e suas pequenas varandas fechadas e multicores, tornaram-se no ex-libris de Malta, embora muitas delas estejam totalmente degradadas! O facto de estarem debaixo da proteção da lei que não permite a sua descaracterização e sendo grande parte delas baixas, não as torna apetecíveis para o imobiliário... e assim se vão degradando!
Malta é um “melt pot” de nacionalidades, tal como o foi de civilizações.
A esta pequena ilha aflui gente de todo o mundo e é muito fácil comprová-lo se prestarmos atenção a quem connosco se cruza: pele de todos os tons, isto é, graduados do branco, branco do norte ao negro , negro da África que fica a não muitos quilómetros daqui, passando, claro está, pelo acastanhado dos indianos, paquistaneses, filipinos... também os olhos nos indicam as origens, quer pela cor, quer pela forma. Além disso e dentro destes todos que mencionei há ainda que distinguir os que residem e os que procuram o sol e as temperaturas amenas. Sim à procura de praias não vêm, porque aqui na Ilha não existem!
Talvez e por isso não haja muitos turistas com crianças pequenas como vemos no Algarve. Também os turistas se distinguem de quem a habita pelo que vestem: calção e sandálias os homens, sandálias e “shirts” bem decotadas nas senhoras; os malteses e afins em trajo normal (casacos e outros agasalhos ainda se vêem) de quem vai trabalhar seja no que for.
Toda esta gente forma pequenas multidões que atravessam as ruas, sobem e descem as vielas ou
fazem fila para o barco que, em cinco minutos, as deixa no outro lado da baía...
É um ambiente interessante mesmo que às vezes pareça confuso!
Nunca pensei que numa tão pequena ilha (apenas 27km comprimento por 14km de largura) houvesse tantos automóveis! Velhos, de meia-idade e novos topo de gama. Estes últimos não sei onde exercerão a sua potência pois dificilmente se poderá andar a mais de 80km/h. Talvez na estrada para o aeroporto!
O único transporte coletivo são os autocarros e os "ferry" para Gozo. Hoje em dia são modernos autocarros, muito frequentes e para todo o lado. O bilhete é único, 1.5€ e dura duas horas o que significa que com 3€ se pode dar volta á ilha e ainda parar pelo meio.
Aqueles autocarros que tanto encantaram a Patrícia e que eram também um ícone da ilha, só já existem em postais como este.
Tenho a certeza que ela vai ter pena, mas 20 anos passaram e o progresso tem destas coisas...
O que negativamente impressiona é o caos urbanístico de alguns lugares, como ontem disse. Outra coisa que não esperava era a dimensão das áreas urbanas que devem quase suplantar aquilo a que chamamos campo. Manchas enormes de casario que vai do litoral até ao meio da ilha, isto a norte e a leste. Também se assinala que há um único arranha-céus provavelmente necessário para encabeçar as antenas de telecomunicações que tem no topo, o resto dos andares são escritórios.
Acho que já disse que não há praias, a única que vi seria do tamanho da do Estoril! A ilha é turística mas em duas voltas à ilha não vi "resorts" como eu os entendo, vi sim vários complexos inacabados, alguns deviam permanecer assim há longo tempo dado o seu aspeto. Quase toda a costa é em arriba ou com uma plataforma absolutamente rochosa onde nenhuma areia se depositou. Assim se compreende que os barcos de refugiados rumem a Lampedusa e não a Malta que também tão perto está do Norte de África.
Aqui a água, ou melhor, a falta dela é um dos principais problemas da ilha pois chove pouco e ás vezes quando acontece é tão torrencial que não dá hipóteses de infiltração que enriqueça os lençóis freáticos, provocando grandes deslocações de terra.
Portanto como a água é escassa, não há jardins, muito menos relvados, apenas canteiros onde flores adequadas à pouca água, se alinham. Árvores poucas e mesmo poucas palmeiras...
Não se vêm animais no campo, nem mesmo cabras que hipoteticamente dão o queijo que aqui se vende com o nome de " Maltese cheese"!
Como disse o maltês é a língua oficial a par do inglês mas constatei no autocarro que o comum das pessoas fala maltês entre si embora rapidamente passem ao inglês se necessário.
Num artigo o "Times of Malta" referia que é necessário incentivar a publicação de livros em maltês sobre tudo para as crianças mais pequenas, livros de frases simples e desenhos apelativos para as introduzir na aprendizagem da língua escrita. O mercado é limitado e daí a dificuldade. E quem fala maltês a não ser os quatrocentos e tal mil malteses? E quantos desses serão crianças?
Foram uns dias muito interessantes. Em Malta vi consubstanciado, numa pequena ilha, tudo o que aprendi há longos anos, nas aulas do Professor Orlando, sobre o Mundo Mediterrâneo: os invernos suaves, a agricultura que ele chamava de " jardinagem" nos terrenos de "terra rossa" entre muros que resultaram do arrumar das pedras que semeavam as pequenas parcelas...
Depois as casas sem telhados com a sua cor de areia recortando-se num céu azul mesmo num dia de inverno, que mais parecia verão!
Não é por acaso que Valleta é Património da Humanidade, muitos anos de prosperidade entre muralhas resultaram em palácios, igrejas sem conta, residências de uma classe endinheirada do tempo em que os ingleses aqui imperaram.
Mas mais que a parte monumental são essas casas que são um ex-libris de Malta. Porém, embora atualmente protegidas de demolição mas, não tendo sofrido renovações uma grande maioria está desabitada e muitas em estado de degradação... Vejam como são bonitas:
... e o resto é o resultado da construção sem critério... construir depressa porque a população crescia e cresce, tudo numa amálgama, não de estilos mas de aspetos sem qualquer preocupação unidade que hoje ainda continua...
Depois veio o turismo e as maravilhosas baías ficaram assim!
É para ela, e a seu pedido, que o assunto é geográfico...
Certamente que o que vou dizer não é verdadeiramente novidade para ela e até eventualmente para outras(os) leitoras(es).
A ilha é calcária logo a cor da paisagem reflete a sua geologia, a ausência de árvores também, o que não é cultivado é áspero, geograficamente falando é uma paisagem de "karst", logo a vegetação é rasteira e pouco densa. O litoral é de arribas e as praias propriamente ditas não existem. Os terrenos de cultura são de terra vermelha "terra rossa" e as pedras que dela foram tiradas fazem os muros que dividem as minúsculas propriedades.
O clima mediterrâneo permite-lhe duas culturas anuais de primores. Havia parcelas minúsculas semeadas de feijões, cebolas, cenouras, batatas, beringelas... É o quadro típico do mundo rural da bacia do Mediterrâneo! Também o clima dá personalidade às habitações, os telhados inclinados não existem e os terraços substituem-nos o que dá sempre um ar de inacabado, têm o mesmo ar das que vi na Grécia ou no sul da Itália...
Como ilha, no meio de um mar de passagem de civilizações, ficaram-lhe as características de todas elas e é, a dos tempos de hoje que, para servir multidões de turistas nos faz sentir numa qualquer "riviera" por vezes desinteressante.
Mas para além disto há Valleta, Mdina...