Não acreditem porque não pode ser verdade!
Não, não acreditem quando vos quiserem vender laranjas biológicas e eu explico porquê: o ano passado não tive laranjas apesar de ter entre laranjeiras e tangerineiras vinte árvores! Ao longo do inverno as laranjas foram caindo espapaçadas no chão e de seguida as árvores perderam a folha como de árvores caducas se tratasse.
Consultando especialistas sobre o assunto foi-me dito que devia ter feito dois tratamentos de calda bordalesa para prevenir o "aguado" e que nessa altura já nada dava resultado. Assim, este ano há um mês atrás não me esqueci de fazer o tratamento então aconselhado.
Ora um dia destes reparei que apesar do tratamento estavam de novo a cair. Vá então de levar duas ou três laranjas à consulta: - "há pouco a fazer" diz o especialista (?!) "isso é mosca do Mediterrâneo,mas leve lá isto para ver se salva algumas"!
No dia seguinte munida do meu pulverizador dou-lhes o banho do remédio indicado. Passaram quatro dias... esta tarde na volta acostumada e para ver se a mosca tinha desaparecido dou por mim envolvida por uma nuvem de mosquinhas brancas, não, não são as mesma do primeiro tratamento, essas são escuras e com aspeto de mosca pequena. Estas, as brancas, são diáfanas e levantam-se em nuvem... Investiguei com atenção para ver a dimensão do ataque... então deparei-me com as folhas novas totalmente enroladas, coisa de que ainda me não tinha apercebido.
Pensei: isto é piolho, mas não, não vi nada que com ele se parecesse. Arranco duas ou três e trato de levá-las a nova consulta.
Diagnóstico: além da "mosca branca" as suas laranjeiras têm "lagarta mineira" Não, não lhes receitaram nenhum "antibiótico" de largo espetro, mas um para cada maleita!
Vejam só os nomes do receituário
- "judo" para a mosca do Mediterrâneo
- "ciclone" para a mosca branca
- "corsário" para a lagarta mineira.
Não estou a brincar, os nomes são mesmo estes!
Amanhã lá estarei eu a fazer novo esforço para ver se conseguimos comer "LARANJAS NÃO BIOLÓGICAS" produzidas no Areeiro!