No Metro...num domingo de manhã
9 da manhã, a carruagem ia quase cheia embora não fosse dia normal de trabalho. Gente de muitos lugares: gentes de para lá do Sahara, gente loira de ar eslavo, gente do "país irmão", gente da nossa! Passa o tocador de acordeão, com o minúsculo cão sentado no ombro e uma mulher tisnada, quiçá romena, estendendo um chapéu... Não sei porquê desta vez não deitei lá nenhuma moeda! Arranjamos lugar sentado na direção contrária à que o metro corria, à minha frente sentava-se uma senhora, elegante no seu fato de calça e casaco... devia andar talvez pelos seus 70 a ver pela cara não maquilhada e pela mão colocada sobre um saco que, não sendo Louis Vuiton, era de boa qualidade. Os seus lábios mexiam-se sem emitir qualquer som... Reparei então que a outra mão estava metida dentro do tal saco e que dava indícios de se mexer. Percebi então que rezava, talvez passando as contas de um rosário! Dei então por mim a pensar: "felizes os que acreditam" e mentalmente desejei que as suas preces fossem ouvidas!